O Congresso vai analisar um projeto de lei para obrigar motoristas que dirigirem alcoolizados a pagarem pensão alimentícia a vítimas ou a seus filhos em caso de acidentes graves.
A proposta foi apresentada nesta terça-feira, 31, pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) e prevê o pagamento quando houver mortes ou se a vítima ficar com sequelas graves. A ideia é que o valor seja definido na Justiça de acordo com as especificidades de cada caso.
O petista sugere que, se a vítima tiver filhos menores de idade, o pagamento dure até os 21 anos ou até os 24 anos para estudantes universitários. Outro ponto incluído no projeto é que a dívida não é extinta se o motorista morrer e deve ser assumida por seus herdeiros.
Delegado de delitos de trânsito por mais de dez anos e ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Espírito Santo, Contarato diz que as famílias de vítimas de trânsito vivem uma situação de “insegurança emocional e financeira”.
“O número de óbitos em crimes de trânsito é alarmante. Infelizmente, só quando a consequência de seus atos dói no próprio bolso é que as pessoas irresponsáveis abandonam toda uma cultura de atos irresponsáveis que podem custar a vida de um semelhante. A indenização por meio de pensão é uma necessidade de rigor punitivo para aperfeiçoar o Código de Trânsito Brasileiro, que tem sigo enfraquecido nos últimos anos”, afirma.
Em julgamento recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a punição para motoristas que se recusam a fazer o teste do bafômetro e a proibição para a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais