Projeto que reaproveita água da chuva em horta chega a oito escolas
Oito unidades escolares públicas de Petrópolis receberão sistemas de reutilização de águas de chuva por meio da técnica de aquaponia. O método de cultivo, que integra a produção de vegetais e peixes utilizando a recirculação da água, tem como um dos principais eixos a gestão de recursos, aliada a campanhas socioeducativas que promovam a melhoria da saúde, educação ambiental e estimulem a cidadania. A iniciativa vai beneficiar diretamente as famílias de baixa renda que pertencem às comunidades escolares.
“A aquaponia pode economizar até 90% de água em relação à agricultura convencional e ainda eliminar completamente a liberação de efluentes no meio ambiente. Esta tecnologia social é livre de pesticidas e fertilizantes químicos, sendo uma excelente solução para ambientes urbanos, como casas, prédios e escolas. Vale destacar o contexto socioambiental, cultural e econômico das comunidades do entorno dessas escolas, locais que possuem vulnerabilidade social e carência de estruturas que lhes proporcionem informações quanto à reutilização de recursos hídricos, desenvolvimento consciente de práticas sustentáveis, acessibilidade à alimentação saudável e divulgação de informações combativas aos mosquitos propagadores de doenças virais, tais como: dengue, chikungunya e zica”, diz Sueli Karl, engenheira responsável.
A aquaponia produz alimentos saudáveis, com pouco consumo de água e menos tempo de trabalho. É uma associação entre ciência e tecnologia verde com o desenvolvimento social para encontrar soluções para problemas como mal-uso dos recursos hídricos. O princípio é que os peixes criados com ração geram dejetos que são aproveitados pelas plantas cultivadas sem solo, no sistema normalmente chamado de hidropônico. O substrato funciona como filtro biológico, transformando a matéria orgânica em sais que são absorvidos pelos vegetais e a água retorna ao viveiro de peixes com qualidade para o seu reaproveitamento, ao reciclar os nutrientes dos peixes para as plantas.
O projeto vai possibilitar o reaproveitamento de água de chuva, captação de energia solar e inclusão de alimentos orgânicos na merenda. A parceria da ONG Projeto Água, Secretaria Municipal de Educação, além dos Rotary’s Club Bingen e Itaipava, foi firmada em setembro do ano passado e conta com verba de aproximadamente R$ 500 mil em intervenções, que ocorrerão durante um ano. O projeto conta com recursos do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, sendo um dos três escolhidos, dentre 400 em todo o Brasil.
“Estamos levando um projeto único para Petrópolis, conjugando diversas ações como a conscientização ambiental, oficinas, além de trazer as famílias para o contexto desse projeto. Temos tudo para ser referência no ensino e na utilização de ferramentas de sustentabilidade no ambiente escolar. Os professores e alunos serão capacitados para atuar e isso será benéfico para toda a comunidade”, explica o idealizador e presidente do Rotary Bingen, Byron Mendes.