Projeto Primeiro Milhão
Começando a Investir a prática
Depois de falar do tabu de começar a investir em meu primeiro artigo, vamos ao passo a passo prático para quem deseja começar a investir e alguns pontos a serem observados nesse momento.
A primeira observação a ser feita, investir o quê?
Vamos escutar alguns dizendo: “O que investir se não sobra nada meu amigo?”
A grande maioria das pessoas pega suas receitas, paga as contas, gasta em lazer e outras coisas e depois de tudo isso, se sobrar, investe.
O que são estas outras coisas: são premiações rápidas.
São um jantar em um restaurante bacana, a cerveja com os amigos, uma viagem, uma roupa nova, um presente ao ente querido… são congratulações por merecimento rápido. Essas pessoas pensam: “Recebi agora, me premio agora. Eu mereço”.
Lhes afirmo que exercitar o merecimento é bom, mas não é desta forma que deve ser feito.
Quero lhes apresentar um conceito que a tradução literal em português é “premiação tardia”.
O ideal é pagar as contas, investir, e o que sobrar utilizar nas outras coisas.
Isso é uma premiação tardia. É trocar o imediatismo por uma recompensa posterior.
A cerveja com os amigos, a bolsa na vitrine, a viagem do fim de semana… Podem e devem ser realizados de forma ainda mais impactante em sua vida mas em um futuro próximo. Isso é investir em você mesmo.
Segunda observação, derivada da primeira: não é “tempo é dinheiro”, na verdade “dinheiro é tempo”.
Esqueça o jargão “quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro”.
Primeiro motivo/caso prático:
Imagine uma pessoa com um salário de R$ 2.500,00.
Quinto dia útil do mês recebe seu salário e seu VR.
Vai ao restaurante de sua preferência e gasta R$ 140,00 no seu lazer com sua companhia preferida em uma recompensa rápida pelo seu suor do mês passado.
R$ 2.500,00 por 44 horas semanais, logo são em torno de 176 horas no mês e por consequência R$ 14,00 por hora trabalhada.
Em duas horas essa pessoa gastou o equivalente a 10 horas de trabalho. Saldo negativo de tempo.
Deixar de gastar hoje pode lhe permitir comprar algo que realmente precise amanhã.
A terceira observação: quando investir?
Começar cedo é o ideal, mas nunca é tarde para começar.
Vamos fazer outro exercício de imaginação com 3 investidores fictícios.
Todos com foco no projeto do primeiro milhão, muito na moda hoje em dia.
O primeiro nunca investiu, mas recebeu uma aplicação financeira que seu pai começou a fazer desde seu nascimento, onde fez aportes mensais de R$ 150,00 até os seus 20 anos de idade.
O segundo começou a investir aos 20 anos de idade, quando conheceu o primeiro ao entrar na faculdade, e passou a realizar aportes de R$ 300,00 até seus 65 anos de idade.
O terceiro começou a investir aos 40 anos de idade, com contribuições mensais de R$ 900,00 também até seus 65 anos.
Qual deles atingiu seu Primeiro Milhão?
Quem conquistou essa meta primeiro?
O gráfico acima tem o primeiro (cinza), o segundo (azul) e o terceiro (vermelho).
Resumo, quem começa mais cedo multiplica mais seu patrimônio.
Mesmo investindo metade do segundo investidor e 6 vezes menos que o terceiro e ainda por um período menor que os dois, o investidor que começou mais cedo atingiu o primeiro milhão 5 anos antes do segundo colocado apenas porque sua reserva financeira ficou aplicada por mais tempo apesar de sem aportes depois dos seus 20 anos.
Então concluímos que começar a investir mais cedo é sempre o melhor cenário.
Mas nem sempre este melhor cenário acontece.
Então adianta investir tardiamente? Sim, é melhor do que nunca investir.
A quarta observação a ser feita é: investir sozinho ou investir com uma assessoria?
Considerando a observação anterior, quanto mais tardiamente começarmos a investir mais se faz necessário otimizar essas rentabilidades sobre seus recursos poupados.
Vou tentar lhe introduzir um conceito que se por acaso ainda não conhece irá conhecer agora: Mastermind.
Este conceito de Napoleon Hill é a Mente Mestra. Considero que é um nome bonito dado ao velho ditado popular “Duas cabeças pensam melhor que uma”.
Por este conceito, que pode ser aplicado à diversos projetos de sua vida colocando mentes de sua confiança para colaborar a favor de seus resultados, podemos deduzir que investir com assessoria é melhor que investir só.
Sem dúvida ter um assessor para lhe orientar a diversificar sua carteira de acordo com sua fase e objetivos de vida é o melhor caminho.
Mas por que este é o melhor caminho? Aqui a palavra-chave é tempo.
A grande maioria das pessoas não tem o tempo necessário para se inteirar de informações essenciais para investir.
Informações necessárias para:
– complementar sua visão de vida e finanças com informações sem um viés emocional que prejudique tomadas de decisões que envolvam sua vida financeira;
– praticidade para montar um portfólio de produtos diversificado de acordo com seu perfil e momento de vida;
– confiança para analisar e rebalancear as carteiras de investimentos regularmente.
Ainda no dilema de investir sozinho ou assessorado, você deve realizar uma observação sobre os custos para investir.
Custos implícitos e custos explícitos.
Não é só olhar a rentabilidade de um ativo, aplicar e monitorar.
Taxas de administração, custódia, imposto de renda, custo do serviço de assessoria… estes são custos gerais. Tudo deve ser considerado para não corromper sua rentabilidade.
Hoje temos opções de apoio e orientação para investir:
– investir só, buscando informações e gastando seu tempo que deveria ser voltado às suas ações para gerar novas receitas;
– gerentes de bancos, comprometidos com seus próprios resultados, muitas vezes moldados na correria do varejo bancário que lhes leva à pouca informação, pouca atenção ao cliente e portfólio restrito. Estes profissionais têm seus salários pagos independentemente de qualquer resultado proporcionado ao cliente;
– escritórios de investimentos, onde especialistas trabalham para seu patrimônio ser rentabilizado, para que assim sua experiência seja favorável a cada vez investir mais e ainda indicar novos clientes. Estes escritórios de investimentos e seus assessores são remunerados em um percentual dos ativos que fazem gestão. Assim, quanto mais ativos e maior rentabilidade ao cliente melhor para ambas as partes;
– e temos ainda uma vertente, de empresas e fintechs que cobram um valor para iniciar e acompanhar seus investimentos independentemente de onde estão investidos. Prometem imparcialidade mas na prática como cobram o serviço direto ao cliente não podem prometer rentabilidade. São orientadores, facilitadores de informações mas não detém o produto em si para lhe entregar o resultado.
Como colunista e profissional de um mercado no qual acredito, obviamente minha indicação é a terceira opção, desde que o cliente conte com uma assessoria imparcial, dedicada ao seu perfil e ainda lhe proporcione soluções financeiras em todos os outros negócios da vida do cliente. Não basta apenas ser atencioso e relacionamento com cliente, ter informações ou produtos privilegiados se não conseguir entregar resultados em todos os âmbitos da vida do cliente. É um giro 360 graus pois a vida é dinâmica. Um período da vida podemos ter recursos de sobra e já mais a frente na vida podemos demandar recursos para outros negócios. Ter soluções em todas as vias é um diferencial. A mão dupla é essencial e o conceito de reciprocidade é aplicado em tudo na vida.
Conclusão
Comece a investir o mais cedo possível.
Caso não tenha sido possível, comece já.
E em qualquer caso, otimize seus recursos e conte com pessoas de confiança em todos os seus projetos.
P.S. É uma coluna semanal. Um trabalho para médio e longo prazo. Sementes plantadas. Nos próximos artigos, após as pílulas introdutórias dos dois primeiros, vamos colocar a mão na massa. Vamos sair da subjetividade e vamos aos casos concretos de produtos, serviços, dicas, vieses e tendências e tudo do mais concreto para investimentos.