• Projeto Borboleta Azul nasce do luto do pai que perdeu família na tragédia do dia 15 de fevereiro

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  • 15/06/2022 08:15
    Por Helen Salgado

    Dentre as 241 vítimas fatais da tragédia do dia 15 de fevereiro está a família de Alessandro Garcia. O petropolitano perdeu a esposa, os dois filhos, Bento de cinco anos e Sofia de um ano e meio, além dos sogros, no temporal que atingiu a cidade.

    O Bento, o filho mais velho de Alessandro, era autista. O pai conta que estava na Missa, uns dias após a tragédia, quando teve a ideia de criar um projeto para honrar a memória de seu filho.

    O nome do projeto é Borboleta Azul por um motivo muito especial. ”Quando o Bento foi encontrado, tinha uma borboleta azul sobre ele. Essa borboleta só voou quando retiraram o corpo dele. Foi especial porque o azul é a cor símbolo do autismo”, diz.

    Para o pai e esposo, essa foi uma maneira de honrar o nome do Bento, da Sofia e também da Carol que ele lembra com muito orgulho. “A Carol foi uma mãe exemplar. Como ela me ensinou, como eu aprendi com ela… Além de cuidar muito bem do Bento e da Sofia, ela ainda conseguia tempo de se colocar à disposição de outras pessoas, ficava sempre conversando com outras mães de autistas, às vezes mães que tinham descoberto o diagnóstico depois da gente”, lembra.

    Para Alessandro, o projeto tem como objetivo continuar o trabalho que a Carol realizava com maestria. Ele conta que o foco, hoje, é formar mediadores escolares, que são as pessoas que ficam nas escolas com os autistas e acompanhantes terapêuticos, que são os profissionais responsáveis em ir às casas das crianças sob a supervisão de um psicólogo realizar algumas terapias.

    Para esses cursos foram abertas 50 vagas e em menos de uma semana, já havia mais de 130 inscritos. Segundo Alessandro, foi aberto uma lista de espera para as vagas sobressalentes. A primeira aula já foi ministrada por profissionais especializados em autismo. A segunda acontecerá no dia 25 de junho, sábado.

    Na foto, a equipe administrativa responsável pelo projeto.
    Foto: Arquivo Projeto Borboleta Azul

    Hoje cinco pessoas são responsáveis por administrar o projeto, a Rafaela, Beth, Ana Paula, Bianca e o próprio Alessandro. “Essas pessoas foram muito generosas e começaram [o projeto]. Também há pessoas que nos ajudam pontualmente com uma coisa ou outra, tem profissionais que vão dar as palestras. Temos também uma planilha para voluntários, tivemos cerca de 79, 80 pessoas na lista. Estamos acionando esses voluntários aos poucos”, diz Alessandro.

    O pai do Bento e da Sofia afirma que esse é o começo de tudo, o primeiro curso oferecido pelo projeto é a primeira etapa de todo esse caminho a ser percorrido. A equipe já pensa nos detalhes do próximo encontro para voluntários a ser realizado em agosto.

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