• Programas de auxílio acabam gerando ruídos sobre dívida bruta, diz Campos Neto

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 12/08/2021 17:06
    Por Eduardo Laguna e Fabrício de Castro / Estadão

    Ao observar que países com fundamentos mais frágeis precisam subir mais rápido suas taxas de juros, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, lembrou nesta quinta-feira que a dívida pública segue elevada no Brasil, ao mesmo tempo em que “ruídos” relacionados à ampliação de programas sociais causam preocupação sobre o quadro fiscal.

    “Os programas de auxílio acabam gerando ruídos sobre como afetarão a dívida bruta”, comentou Campos Neto durante participação em webinar da UBS BB.

    Em meio ao debate sobre como a inflação global vai contaminar mercados emergentes, além do aumento dos preços de imóveis no mundo, Campos Neto ressaltou que o BC está observando com atenção ao núcleo dos serviços, que pressiona a inflação com a reabertura do setor à medida que a imunização avança.

    Embora tenha lembrado do entrave na distribuição de vacinas, Campos Neto voltou a dizer durante o evento que não há preocupação sobre a disponibilidade de vacinas, mas sim sobre o comparecimento das pessoas a postos de vacinação.

    Depois de dizer, com base em pesquisas, que a maioria dos economistas calcula em 3% a taxa de juros neutra, em termos reais, da economia – com alguns na faixa de 3% a 3,5% -, o presidente do BC preferiu não abrir a taxa neutra considerada na política monetária. Ainda que tenha deixado de ser um teto à elevação da Selic, a taxa neutra é uma referência dos economistas nas previsões sobre a extensão do ciclo de aperto monetário.

    Campos Neto considerou ainda que divergências em relação ao tamanho da ociosidade da economia – o hiato do produto – podem explicar por que o mercado trabalha com expectativa de inflação para 2022 superior à da autarquia federal.

    “Nos perguntamos bastante por que as expectativas de inflação para 2022 estão mais elevadas”, disse o presidente do BC. “De qualquer forma, faremos tudo o que for necessário para colocar a inflação na meta”, reiterou.

    Últimas