• Programa Seguir em Frente, da Prefeitura do Rio, já retirou mais de 800 pessoas das ruas

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  • 10/jan 19:37
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    Lançado no dia 21 de dezembro, o programa Seguir em Frente, da Prefeitura do Rio, já retirou 840 pessoas da situação de rua. Com o objetivo de ressocializar esse grupo populacional, a iniciativa lança mão de uma série de medidas de acolhimento, assistência social e saúde, promovendo a reinserção no mercado de trabalho e a restauração da dignidade e da cidadania.

    No contexto do programa, três novos serviços foram incorporados à rede assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS): o PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), unidade de acolhimento no Centro do Rio; a RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento) e o CAPSad III Dona Ivone Lara, ambos em Cascadura. Os equipamentos funcionam de maneira integrada, oferecendo atendimento multiprofissional e individualizado.

    O auxiliar de enfermagem Gilberto Rocha Rosa, de 60 anos, encontrou no programa Seguir em Frente o apoio que precisava para virar o jogo. Desempregado, vivia nas ruas havia cerca de um ano. Na Praça da Cruz Vermelha, ficou sabendo do PAR Carioca e foi conferir. Localizada na Avenida Henrique Valadares, a unidade funciona de portas abertas, 24 horas por dia, e oferece, além dos serviços de higiene pessoal, ações de prevenção em saúde e saúde mental, auxílio para emissão de documentos, armazenamento de itens pessoais em armários com cadeado, atendimento veterinário para animais de estimação e vacinação.

    No local, já foram registrados nesses 20 dias mais de 8,5 mil acolhimentos, além de serviços como banho (4.524), lavanderia (2.645 lavagens, entre roupas pessoais e toalhas) e corte de cabelo e barba (2.036), bem como consultas médicas (325).

    No PAR Carioca, Gilberto aceitou ser encaminhado para a RUA Sonho Meu, em Cascadura. O local conta ainda com áreas abertas de convivência e sala de informática, além de dormitórios, banheiros e lavanderias. Lá, todos os abrigados têm a chance de aderir a estágios em que executam serviços e recebem bolsas proporcionais às horas ocupadas, para que possam, num futuro próximo, retornar ao mercado de trabalho formal. Como Gilberto já tinha uma qualificação profissional na área de saúde, teve a oportunidade de ser contratado como agente redutor de danos para atuar na própria unidade.

    “Eu estava em situação de rua devido à falta de trabalho. Usei álcool e drogas. Nas ruas, a gente era tratado à margem. Mas muitos dos que estão na rua não estão à margem, inclusive gostariam de estar incluídos na sociedade. Aqui estou vendo muitos dos que estavam comigo lá e que agora estão trabalhando, se reintegrando”, afirmou Gilberto, que já faz planos para os próximos meses, quando quer reencontrar filhos, netos e irmãos, de quem se afastou quando foi para as ruas. Ele também planeja pagar aluguel de uma casa com o seu salário e, uma vez restabelecido, seguir em frente.

    A RUA Sonho Meu funciona integrada com o CAPSad III Dona Ivone Lara. Especializado no atendimento de transtornos psíquicos decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, o 36º centro de atenção psicossocial da cidade também funciona 24h por dia, contando com dez leitos para acolhimento noturno dos pacientes que precisam de um tratamento mais próximo e intensivo. Grande dama do samba, Dona Ivone Lara era enfermeira e ajudou a criar uma rotina terapêutica e um tratamento mais humanizado em saúde mental por meio da musicoterapia.

    Programa em fases

    O programa Seguir em Frente é o plano de ação e monitoramento para efetivação das medidas de proteção à população em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro. O planejamento estabelece diversas medidas de acolhimento, assistência social e saúde para o cuidado e diagnóstico desse grupo populacional mais vulnerável. O objetivo é criar condições para a ressocialização, promovendo a reinserção no mercado de trabalho e resgatando a cidadania.

    A proposta do projeto é, em cinco fases sequenciais, criar condições para que as pessoas saiam das ruas para unidades de acolhimento; promover o tratamento de saúde que cada um precise; dar ocupação remunerada, no próprio projeto, em atividades de interesse público ou em instituições parceiras; construir um futuro com a preparação para o mercado de trabalho e geração de renda; conquistar autonomia para deixar o programa e seguir em frente, reinserido na sociedade e com a cidadania resgatada.

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