• Programa capacita trabalhadores para suprir carência de profissionais no setor de tecnologia

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  • 24/01/2020 12:08

    Em um país com 12 milhões de desempregados é difícil acreditar que sobram oportunidades em determinados setores, mas elas existem. O excesso de vagas e a ausência de pessoas capacitadas faz com que o Brasil tenha que qualificar 24 mil trabalhadores por ano para atender as necessidades das empresas de tecnologia, como mostra a pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

    Para atingir a meta de dobrar o setor de software e serviços em seis anos, 70 mil profissionais serão demandados ao ano até 2024. Uma dessas vagas já foi preenchida por Luiz Felipe de Oliveira Lopes, de 22 anos. Aluno do programa de Residência de Software do Serratec, ele buscava há 2 anos uma oportunidade de ingressar no setor.

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    “Minha vida mudou completamente após a capacitação. Minhas chances de entrar na área sem conhecer as pessoas ou sem experiência no currículo eram pequenas. Hoje, logo após a conclusão do curso já consegui um emprego e estou muito feliz com as minhas perspectivas. É onde eu quero estar”, garante.

    Hudson Ferreira Nunes, 33 anos, também mudou de área para se arriscar em um novo emprego. Largou a Construção Civil e se mudou para a Serra para se dedicar ao curso, buscando novas perspectivas e agora comemora a conquista. “Estou muito feliz pela oportunidade de estudar e, consequentemente, ser contratado. Agora parto para uma nova fase que é o desenvolvimento profissional, um desafio ainda maior”, comemora.

    A possibilidade de seguir carreira na área também encanta Daiana Barizon, mais uma contratada depois da Residência de Software: “Ganhei novos conhecimentos que não encontrei nem na faculdade de TI. Hoje me vejo fazendo o que gosto e com a chance de alçar voos mais altos”, diz.

    Os três profissionais fazem parte do grupo de 66 pessoas formadas na primeira turma do programa criado para suprir a carência profissional das empresas. Deste total, 35 já estão empregados.

    Marcelo Carius, presidente do Serratec, destaca o compromisso socioeconômico da iniciativa, já que além de incentivar a melhoria dos negócios na serra, dá novas possibilidades às pessoas que buscam uma carreira profissional ou a entrada no mercado de trabalho. “Esta iniciativa traz impactos sociais e econômicos muito positivos para cidade e região, já que, sendo gratuito e com conteúdo atualizado com o mercado, oferece a arrancada para o conhecimento e a prática na área tecnológica, proporciona oportunidades reais de empregabilidade, incentiva novos negócios e serve como atrativo para a chegada e criação de empresas”, afirma.

    O empresário ressalta ainda que o setor de TI deverá ter novo crescimento em 2020, seguindo os bons números registrados nos últimos anos, o que pode trazer mais benefícios para a região. “Estamos executando um bom planejamento de olho no futuro do setor. As empresas que já fazem parte do nosso arranjo produtivo poderão expandir seus negócios e novas companhias poderão iniciar suas atividades nas cidades em busca dessa mão de obra qualificada”, destaca o empresário.

    Guilherme Alves é diretor de uma empresa de TI em Petrópolis e fez parte do grupo de empresários que financiou a Residência de Software. Segundo ele, a decisão de participar de um processo que contribui com a formação profissional é parte do DNA da empresa. “Ao longo de nossa trajetória, sempre buscamos parcerias com universidades e fazemos formação de profissionais pensando tanto no crescimento das pessoas que fazem parte do nosso time como em criar oportunidades e gerar riqueza para a nossa cidade. Por isso, poder participar e influenciar um programa de formação como a Residência de Software é sensacional, pois nos possibilita ter profissionais de alto nível e isso é fundamental para crescimento da empresa”, explica o empresário, que comemora a contratação de 17 residentes recém egressos do Programa.

    Formatura da Primeira Turma

    Na próxima segunda-feira (27), às 9h, no auditório da FMP/Fase, 66 novos programadores estarão oficialmente ingressando uma nova etapa em suas carreiras e incrementando o setor de TI de Petrópolis. Eles são os novos profissionais formados pela Residência de Software do Serratec, —programa gratuito de imersão tecnológica voltado ao desenvolvimento técnico e intelectual do profissional, inspirado em modelos de residência médica.

    O aluno é capacitado em desenvolvimento web e de softwares, além de linguagens específicas, como JavaScript, C# e Angular, entre outros. São quatro meses dedicados aos estudos e os alunos ainda recebem conteúdos de coaching, inglês e mentoria, além de vivenciar situações reais nas empresas. Ao todo são 500 horas de conteúdo certificados pela Firjan SENAI. “Somos uma instituição de educação, com a premissa de entregar mão-de-obra qualificada para a sociedade e acreditamos que a Residência de Software fará toda diferença para o crescimento das empresas da nossa região na área de tecnologia da informação”, avalia Simone Tavares de Souza, gerente operacional da Firjan SENAI Petrópolis.

    Inscrições abertas

    O sucesso da primeira turma fez com que Serratec expandisse o treinamento para Teresópolis e Nova Friburgo em 2020, municípios que integram a proposta do Serratec na formação de um parque tecnológico na Região Serrana do Rio. Em Petrópolis e Teresópolis serão oferecidas 140 vagas com aulas iniciando em março. As inscrições seguem abertas até 31/01 e podem ser feitas pela internet. No segundo semestre será a vez de Nova Friburgo iniciar as atividades.

    Mais de 2 mil pessoas já se inscreveram para participar do processo de seleção que será composto por prova online, presencial e entrevista. O projeto tem realização do Serratec e apoio da Firjan, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Governo do Estado do Rio, Faeterj, prefeituras de Petrópolis e Teresópolis e Sinditec (Sindicato das Indústrias Eletrônica).

    A iniciativa Serratec conta atualmente com 170 empresas com cerca de 3 mil funcionários e uma movimentação de R$ 550 milhões/ano em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. As metas até 2021 são para a criação de pelo menos mais 10 empresas, 360 postos de trabalho e faturamento de R$ 715 milhões e 630 novos desenvolvedores para a região.

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