• Profissionais dizem separar prática e política

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  • 18/04/2021 16:09
    Por Fabiana Cambricoli / Estadão

    Procurados pelo Estadão, alguns dos médicos adeptos do tratamento precoce que se candidataram a cargos públicos justificaram que a entrada na vida política nada teve a ver com a visibilidade que tiveram ao defender os medicamentos ou com o apoio ao presidente Jair Bolsonaro, ele próprio um defensor de remédios como a hidroxicloroquina.

    Eduardo Leite, de Feira de Santana, afirmou que sua decisão de tentar um cargo público já havia sido tomada antes da pandemia, após optar por se aposentar da carreira médica. Ele disse ainda que não se aproveitou de sua posição profissional para conseguir votos. “Eu fechei meu consultório durante a campanha. Não fiquei oferecendo consultas em troca de votos, como alguns fazem”, declarou.

    Leite afirmou ainda que, embora seja eleitor e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, preferia que o presidente não falasse sobre tratamento precoce para que política e medicina não se misturem. “Nem presidente nem governador nem prefeito deveriam falar”, disse.

    Sobre a postagem em que chama a pandemia de “fraudemia”, ele negou que tenha minimizado a gravidade da crise sanitária e disse que se referia à forma que alguns governantes estavam usando a pandemia em nome de interesses próprios.

    Annelise Meneguesso, de Campina Grande, também declarou que sua relação com a política é mais antiga e sua candidatura a vice-prefeita nem era prevista. “Sou presidente do PSL na minha cidade, fui líder do Movimento Vem pra Rua, mas não estava nos meus planos me candidatar. Só aceitei porque o candidato a vice teve um problema pessoal de última hora”, relata.

    Ela afirmou que, apesar de apoiar algumas ações de Bolsonaro, isso não influencia sua prática médica. “Eu realmente compactuo com algumas ideias do presidente, mas acredito que o médico que adote qualquer medida por viés político ou ideológico está ferindo seu juramento. A gente tem de sempre pensar no paciente.”

    Raíssa Soares, de Porto Seguro, foi contatada pelo Estadão por meio de seu assessor pessoal, mas ele não respondeu sobre o pedido de entrevista. Pedro Melo, de Porto Ferreira, também foi contatado por telefone e mensagem, mas deixou de responder quando foi informado sobre o teor da reportagem. O Estadão não conseguiu contato com os médicos Jandir Loureiro, de Rio Bonito, e Marcos Falcão, de Maceió.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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