Professores da rede estadual em Petrópolis se manifestam contra o retorno das aulas presenciais
Professores das escolas estaduais no município fizeram um manifesto contrário à retomada das aulas presenciais. Os professores argumentam que a retomada, neste momento, vai colocar em risco a vida de estudantes, professores e funcionários das escolas, que não oferecem estrutura para garantir a segurança dessas pessoas. Apesar da preocupação com um possível retorno precoce das aulas presenciais, o protocolo publicado nesta semana pela Secretaria de Estado de Educação pontua que os colégios localizados em municípios que não autorizaram a flexibilização das regras do isolamento social deverão dar continuidade às atividades exclusivamente de forma remota.
Por enquanto ainda não há data definida para o retorno, mas nesta sexta-feira (9) o governador em exercício Cláudio Castro e o Secretário de Educação Comte Bittencourt farão uma coletiva de imprensa para tratar do assunto.
Em Petrópolis, coletivos de professores de cada uma das escolas elaborou um manifesto justificando a contrariedade à decisão do governo estadual. O Coletivo de Professores Ciep 137 Cecília Meireles pela Vida e pela Educação Pública diz no documento que não há infraestrutura e funcionários para garantir a higienização dos espaços, assim como o aumento do risco com a ida e vinda dos alunos nos coletivos, a falta de capacitação dos funcionários para execução dos protocolos de segurança, entre outros.
Professores dos colegios Irmã Cecília Jardim, Ciep Cândido Portinari, Rui Barbosa e D. Pedro II também assinam os documentos. Entre os argumentos dos professores está a preocupação com índice de contaminação na cidade e a impossibilidade de manter o distanciamento social dos alunos. Para que seja atendido o protocolo de distanciamento, as salas de aula atenderiam apenas 30% dos estudantes, o que deixaria os demais sem a devida atenção. Esse fator também dobraria a carga horária dos docentes, que em muitos casos já trabalham em mais de uma escola.
“O que nos motivou foi a determinação do retorno das aulas presenciais sem nenhum tipo de vacina. Ainda com o protocolo, não há nenhuma garantia de segurança para os alunos e funcionários. Os colégios do Rui Barbosa e Dom Pedro ainda recebem alunos de outros municípios, como Magé e Caxias. Como será o transporte desses alunos? Temos experiências de outros países e de outros municípios que tiveram a retomada e depois tiveram que retroceder por causa da segunda onda da doença”, disse Rodrigo Peixoto Pires, professor de história do D. Pedro II.
Os professores mantêm o apoio à Greve pela Vida do Sindicado Estadual dos Profissionais da Educação – SEPE/RJ, que rejeitam a retomada as aulas presenciais na rede estadual em todo o estado.
A Secretaria de Estado de Educação publicou as regras para a retomada das aulas presenciais, que a princípio serão apenas para turmas da 3ª série do Ensino Médio e da Fase IV de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo a Secretaria, serão disponibilizadas 30 mil testes rápidos (Igm/IgG) em uma parceria entre as secretarias de Saúde e de Educação. Não precisarão retornar às aulas presenciais os servidores que estão enquadrados nos grupos vulneráveis da Covid-19, como imunodeprimidos, indivíduos com 60 anos ou mais que possuem doenças crônicas, gestantes e puérperas.