• Professores – Anjos Tocheiros!

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  • 16/10/2018 09:30

    Viva Alice Maria Gac Coelho! Desde já, peço licença à senda de mestres

    espalhados pelos quadrantes pátrios em especial a minha primeira

    professora do curso primário Geny Zillig Gac vossa irmã, ora ornada em

    guirlandas róseas violáceas, aos pés de Maria Santíssima e do Divino

    Filho. Incomensurável a alegria em dirigir os encômios à Senhora

    querida mestra. Eu poderia dizer de meu amor com um muito obrigado,

    mas, é pouco, por isso, ao ensejo das comemorações de vosso natalício

    uno-me aos  alunos, ex-alunos, amigos e admiradores para externar o

    preito de gratidão, carinho e orações sinceros e reconhecidos hoje e

    sempre. Recorro à hermenêutica e, revivo a Acrópole da Grécia Antiga.

    O notável saber dos professores aclara nosso caminho, ilumina nossas

    vidas porque eles têm um quê de divindade. Incontáveis as palavras de

    gratidão e de carinho a tão virtuosa amiga e eterna professora.

    Exercia não somente a alfabetização, mas sim, os princípios éticos,

    morais, religiosos, artísticos em suas múltiplas nuanças. Aqui não me

    refiro aos célebres educandários, mas, escolas públicas do interior,

    carente de livros e infraestrutura ao exercício desse ministério. E

    todas as barreiras eram vencidas porque havia amor e vocação. Faz

    tanto tempo e hoje da ampulheta revivo e revejo quão atual! Nesse

    interregno as professoras Sebastiana do Carmo e Souza (minha tia de 95

    anos), Sylvia Siqueira e Philadelphia Batista Reis participaram desse

    rosário nos alvejando com seus conhecimentos de português, história,

    arte, matemática, ciências e literatura. E “Dona Alice” moça bonita e

    culta cumprira a missão quando nos preparávamos para a admissão ao

    ginásio. Partimos para o centro da cidade e nos sagramos dentre os

    primeiros colocados para o ginasial. A obediência aos princípios

    filosóficos, didáticos, pedagógicos, éticos, bem assim, seu esmero à

    retórica e à semântica constituíram o ponto cardeal para a glória de

    Deus, honra de Jean Piaget, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando

    Azevedo e de todos nós. Exerceu o magistério voltado à grandeza da

    formação humana, por isso buscou harmonizar-se à filosofia de Kant e

    Dantzig que entendiam que o fim último da natureza humana deva ser

    sempre a cultura, vendo o mundo através da ótica do bem, do belo, do

    positivo e do puro. Na Grécia de Péricles o respeito à lei e à

    tradição determinavam fosse reservado um largo espaço ao culto a seus

    heróis da guerra do Peloponeso. Faço deste espaço o meu Areópago e,

    conduzo-a ao pódio e a glorifico e a reverencio por suas virtudes,

    bravura e dignidade. Quisera que no Brasil os professores fossem

    valorizados, respeitados e prestigiados como, por exemplo, ocorre no

    Japão – O Imperador Hiroito II em um de seus decretos determinou que

    ao professor fosse permitido o uso de trajes negros – privativo da

    nobreza. A ele é permitido falar, de pé, com o Imperador e nenhum

    profissional de formação universitária pode ter remuneração superior a

    do professor… Hosanas aos céus pela vida de minha Mestra. Ainda que

    eu descerrasse o lirismo e as filigranas da linguística, da filologia

    e a beleza da poesia seria pouco para falar e exaltar o respeito,

    dignidade dos profissionais do ensino. Cumpriu a bela e árdua missão e

    pode fazer suas as palavras de São Paulo, II – Timóteo, capítulo 4,

    versículo 7 que lhe serve de epitáfio quando disse: “Bonum certamen

    certavi, fidem cervavi, cursum consumavi”, ou seja, “combati o bom

    combate, cumpri o meu dever e não perdi a fé”.

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