• Procuram-se os responsáveis

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  • 26/10/2016 08:00

    A maioria das pessoas, principalmente jovens, não têm consciência da real finalidade da vida – mais espiritual que material. Brincam desafiando a morte e um dia ela chega. Talvez por uma distorção de visão quando querem se sobressair, tentando imitar falsos ídolos criados pela mídia. Alguns, mais privilegiados, julgam-se onipotentes; outros, pela beleza física, consideram-se irresistíveis; mas os de recursos menores, porém, optam pela coragem para se destacar dos demais – e todos se julgam seguros, mas na verdade, muitos se perdem na realidade e terminam com um fim trágico e chocante, para sofrimento de suas famílias.

    De quem é a responsabilidade por tantos acidentes trágicos com motos? O motoqueiro que está sempre arriscando a vida sem medir as consequências; os comerciantes que querem rapidez no serviço de seus moto-boys ou os órgãos controladores, no caso a CPTrans, que permitem que  seus condutores circulem em corridas desenfreadas além de deixar que mantenham suas máquinas com a descarga aberta, assustando e ferindo os tímpanos dos transeuntes? Se refletirmos imparcialmente, é um conjunto de fatores agregados mas que parte da total liberdade e relaxamento de todos os segmentos, sendo que, para coibir tais irregularidades, existem leis – e a quem compete impô-las?

    Tornou-se rotina a ocorrência de acidentes fatais com motoqueiros e atribuir a fatalidades da vida é querer se esconder atrás da cortina da irresponsabilidade. Convenhamos, se existem leis, elas devem ser cumpridas e será exigência descabida esperar que, só com a suas existências, as pessoas venham respeitá-las. E se assim fosse, por que os órgãos públicos necessitariam manter setores de fiscalização se eles não agem dentro de sua finalidade? Para multar carros estacionados ilegalmente, estão sempre a postos, mas para multar motos irregulares e de escapamento aberto, nem se mexem e temos que considerar que estes são muito mais perigosos para os pedestres que uma viatura mal estacionada que, nem sempre, perturba a circulação.

    Reconheçamos que tantas irregularidades e abusos, surgem de todos os lados pela mentalidade equivocada da liberdade desenfreada quando, tudo na vida necessita de limites até a famigerada “liberdade expressão” quando ferem mais nossos ouvidos que a descarga de uma moto. É a eterna ausência de “princípios básicos” de cidadania que agridem e tolhem a liberdade dos mais controlados e educados.

    Não sou especialista em comportamento e postura, sou apenas um observador das mazelas desta vida, tão cheia de “expert” e sapientes em todos os segmentos da sociedade mas que se deterioram cada vez mais a olhos vistos, contrariando tudo o que assistimos em tempos passados e que, de alguma forma, nos agridem no dia a dia, sem que alguém proteste. 

    Começa com a falta de educação de berço, excesso de liberdade para os jovens que tudo podem, total relaxamento dos poderes públicos, em geral, que fecham os olhos – os primeiros a transgredirem e ignorarem as leis que eles próprios estabelecem com seus funcionários acomodados, apoiados em leis capciosas, que geram brechas para soluções letárgicas – tudo perfeitamente legal na visão da justiça capenga, como agora vemos a situação do Palácio Rio Negro que se deteriora e que empaca na “burrocracia” que se arrasta, ignorando o tempo que corre no seu ritmo normal. E a  memória onde ficará – no lixo?

    jrobertogullino@gmail.com


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