• Processo de inovação foi rápido e BC precisa de autonomia financeira, afirma Campos Neto

  • 07/jun 13:43
    Por Cícero Cotrim e Amanda Pupo / Estadão

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a aprovação da autonomia financeira da autarquia. Ele disse que a autoridade monetária está “estrangulada” na parte de recursos humanos e afirmou que há necessidade de mais verba para investir na agenda de inovação.

    “O que a gente vê ao longo do tempo é que você pode ter a autonomia operacional, mas pode ser asfixiado no administrativo e no financeiro”, disse Campos Neto, em um evento da Monte Bravo Corretora, em São Paulo.

    Como a agenda de inovação andou rapidamente e a autarquia desenvolveu vários programas, agora o BC demanda mais recursos humanos e financeiros, disse o presidente. “Se pensarmos que temos hoje 205 milhões de operações no Pix por dia, isso demanda uma quantidade de recursos enorme”, exemplificou.

    Segundo Campos Neto, fica claro que a autarquia já usou bem a autonomia operacional quando aumentou os juros em 2022, ano em que o ex-presidente Jair Bolsonaro disputou as eleições com o atual chefe do Executivo, Luís Inácio Lula da Silva.

    Campos Neto disse ainda que o BC apoia o projeto de autonomia financeira discutido hoje no Senado. “É um projeto que tem um relator muito bom, que foi o mesmo relator da autonomia operacional e que tem conversado com a gente”, ele disse, referindo-se ao senador Plínio Valério (PSDB-MA).

    Open Finance

    O presidente do Banco Central afirmou que o Open Finance já está sendo usado no Brasil. Ele listou benefícios criados pelo sistema financeiro aberto. Entre eles, mencionou a diminuição de barreiras de entrada e o aumento da inclusão.

    “A gente já tem benefícios reais, já tem R$ 10 bilhões que foram economizados por pessoas que receberam mensagens, que tinham dinheiro parado na conta. Ou no cheque especial, você migrar de um produto para outro. Eu mesmo, que uso isso, já recebi mensagens desse tipo”, disse Campos Neto.

    Drex

    Ele repetiu, ainda, que o Drex – projeto de moeda digital do BC – servirá para inserir os demais pontos da agenda de tecnologia em um mundo de tokenização. Eles incluem o Pix, a internacionalização da moeda e o próprio Open Finance.

    Sobre a internacionalização de moedas, o presidente do BC disse que duas das três grandes barreiras enfrentadas – tecnologia e liquidação – já foram resolvidas. Agora, é necessário trabalhar para alcançar uma governança em comum, afirmou.

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