• Primeiro dia da 27° Expo é marcado por furtos

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  • 22/04/2016 15:20

    O primeiro dia da 27ª Exposição Agropecuária foi marcado por uma série de roubos e furtos a parte dos presentes ao evento. A principal reclamação das vítimas foi a falta de seguranças circulando no parque e auxílio por parte da organização do evento. Durante a madrugada de hoje, testemunhas afirmam que quase 30 pessoas foram à 106ª Delegacia de Polícia, em Itaipava, registrar os boletins de ocorrência. Ainda durante a madrugada, a Guarda Civil encaminhou um homem de 46 anos à DP, após ele ser flagrado com dois celulares e três carteiras de outras pessoas. Quatro vítimas reconheceram o criminoso, que já tinha cinco anotações criminais e estava foragido da Justiça. Ele foi transferido para o sistema penitenciário de Bangu. De acordo com a delegada Juliana Ziehe, o suspeito é natural de Nova Iguaçu, mas afirmou morar na cidade de Queimados, no Rio de Janeiro.

    Ainda de acordo com a delegada, o acusado se recusou a prestar depoimento e disse que só falaria em juízo. Por esse motivo, a polícia não conseguiu saber se ele agiu sozinho ou tinha comparsas. Mesmo assim, devido ao número expressivo de roubos e furtos, o fato segue sendo investigado. A maior parte das ações ocorreu próximo aos quiosques, onde foram encontrados diversos documentos e carteiras jogados embaixo das estruturas. Uma das vítimas tomou a iniciativa de recolher os pertences que achou e levar para o espaço de achados e perdidos do evento. A vítima, que também teve a carteira retirada de dentro da bolsa, ainda revistou algumas lixeiras em busca de seus documentos e o que ela encontrou a surpreendeu. 

    “Achei um monte de capinhas de celular. Ficou nítido que, com certeza, é um grupo que está agindo e que logo após furtar os aparelhos jogam as capinhas fora para dificultar a identificação. Eles também se desfizeram dos documentos e carteiras, já sem dinheiro, jogando-os embaixo das barraquinhas. Busquei ajuda em toda parte e não recebi, ao menos dentro da exposição. Não havia um segurança sequer circulando próximo aos quiosques que ficam ao lado do palco principal, na pista comum, onde ocorreram os furtos, e eu procurei bastante. Ao chegar no espaço de achados e perdidos simplesmente não tinha ninguém e por isso arremessei os documentos que encontrei dentro do espaço, que era um 'box'”, contou incrédula.

    E o martírio da petropolitana ainda estava longe de acabar. “Fui então para a entrada do evento, atrás dos seguranças que ficam lá, e me informaram que eles só faziam a segurança da entrada e não de todo o parque. Depois me mandaram procurar pessoas que estavam com blusas com a inscrição 'Raça', que fariam parte da organização do evento, e o único homem que encontrei com essa descrição estava alcoolizado. Diante disso, acionei a Polícia Militar, que encontrei fora do parque e fui junto com, pelo menos, 15 pessoas andando rumo a 106ªDP, isso porque eram tantas vítimas que não cabiam na viatura. Lá encontramos ainda mais pessoas registrando que também haviam sido furtadas ou roubadas”, disse revoltada a vítima que perdeu os R$ 600 que estavam na carteira. 

    O que mais indignou a vítima foi o fato de não ter achado seguranças circulando pelo evento e a dificuldade de encontrar ajuda – fato também relatado pela mãe de outra vítima. “Meu filho de 16 anos teve o celular retirado de dentro do bolso da calça e quando se deu conta o homem já estava correndo e conseguiu fugir com o aparelho. Registramos o caso na delegacia e meu marido procurou a direção do evento, que afirmou que não era responsável pelo ocorrido. Isso é um absurdo! Vamos entrar na Justiça contra a empresa que deveria sim se responsabilizar pelo mínimo de segurança no evento. Claro que sabemos que lugares de muita aglomeração geram situações desse tipo, porém, no mínimo, 30 pessoas foram furtadas na mesma área do parque. A exposição é realizada há anos e, apesar de sempre ocorrerem alguns transtornos, não me recordo de ter ficado sabendo de nada dessa proporção até hoje”, disse revoltada a dona de casa Fernanda. 

    Ainda de acordo com ela, um amigo do filho que estava com ele também teve os documentos furtados. “Meu filho disse que os suspeitos arrumam uma briga falsa e aí aproveitam a aglomeração para furtar as pessoas. Ao chegar na delegacia ele relatou ainda que a cena era horrível. Muitos jovens, em sua maioria meninas, chorando na delegacia após terem sido furtados”, contou. 

    Já a empresa responsável pela organização da 27ª Expo Petrópolis informou que equipes de reforço estavam posicionadas em diversos pontos do Parque Municipal Paulo Rattes na noite da última quinta-feira a fim de zelar pela segurança do público. Porém, infelizmente, casos como os ocorridos são comuns em locais com grande aglomeração em todo o país e não estão sob o controle total de quaisquer agentes. Com relação ao fato do espaço dos achados e perdidos estar fechado, a empresa disse que o estande esteve aberto até as 00h30, entretanto, nos próximos dias de evento o setor atenderá ao público durante todo o período de funcionamento do parque. Os organizadores do evento garantem que todos os seus funcionários e seguranças são orientados a atuar dentro de suas funções para ajudar ao público e contribuir para a segurança e bem-estar de todos os presentes.

    Apesar disso, as vítimas afirmam que mesmo procurando por organizadores e seguranças do evento ninguém foi encontrado, com exceção da entrada do parque. “Procuramos por ajuda durante um longo tempo e não achamos ninguém da segurança. Isso é um absurdo! Meu sobrinho de 18 anos teve o celular furtado também próximo aos quiosques”, contou a aposentada Simone da Silva Pereira. 


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