• Primeira sala de roteiro de Petrópolis é criada e desenvolve projeto “Guardiãs da Terra”

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 07/05/2023 17:16
    Por Enzo Gabriel

    Visando agregar uma parcela de roteiristas em Petrópolis, a Engenhoca Filmes, produtora petropolitana que atua no mercado desde 2018, trouxe para o cenário audiovisual a primeira sala de roteiro de série da cidade. A proposta criada na sala aborda um projeto de série de ficção voltado para o público adolescente chamado “Guardiãs da Terra”.

    Com patrocínio do Governo do Estado e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia
    Criativa do Rio de Janeiro, através do edital Retomada Cultural RJ 2, o projeto aborda, através de diversas camadas, as histórias de três garotas baianas que cresceram e se tornaram mulheres lutadoras: Maria Quitéria de Jesus, nascida na zona rural de Feira de Santana, se vestiu de homem e se passou por soldado para lutar no exército a favor da Independência; Joana Angélica de Jesus, nascida em Salvador, freira, morta ao tentar impedir que soldados que lutavam contra a independência invadissem seu convento; Maria Felipa de Oliveira, nascida em Itaparica, ex-escravizada, pescadora e marisqueira, liderou um grupo na luta contra soldados portugueses, queimando suas embarcações e diminuindo seu poder na Bahia.

    Projeto Guardiãs da Terra. Foto: Mariana Rocha/Divulgação

    A proposta foi criada por Beatriz Ohana, diretora e roteirista petropolitana, que convidou nomes experientes para participarem da sala de roteiro, como Leandro Corinto, diretor e roteirista petropolitano; Fátima Diniz, roteirista e pesquisadora petropolitana; e Adelmo Passos, roteirista maranhense que já viveu em Petrópolis e que atualmente mora em Brasília. Juntos, os quatro roteiristas se reunem desde setembro do ano passado em encontros virtuais e presenciais para o desenvolvimento do trabalho da sala de roteiro.

    A temática surgiu a partir do interesse de Beatriz em falar sobre mulheres que participaram da Independência do Brasil, mas que a história oficial não dá o devido espaço ou protagonismo. “Figuras à frente de seu tempo, que fugiram do papel estabelecido às mulheres da época, quebrando paradigmas para lutar a favor da liberdade de seu país”, afirma a roteirista.

    Para abordar o assunto de forma atrativa para o público-alvo, os roteiristas criaram um paralelo da história com os tempos atuais, se aproximando fortemente de adolescentes brasileiros de diversas realidades, através de personagens e geografias do tempo presente.

    Beatriz conta que a ideia era apenas abordar os universos das personagens históricas, mas coletivamente o grupo criou um paralelo entre o antigo e o atual, de forma criativa e inovadora, com o objetivo de tornar a proposta muito mais atraente para esse público, que consome os mais variados tipos de conteúdos audiovisuais e que é exigente com as produções nos streamings:

    “Criar um universo com o qual os adolescentes brasileiros se identifiquem virou uma grande prioridade nossa. Não posso contar do que se trata, mas posso afirmar que trabalhar muito bem a relação entre a história e os interesses e desejos do público atual foi nossa grande motivação. Nosso objetivo é construir uma linguagem moderna e representativa, abordando a relação entre o passado e questões atuais da sociedade.”

    Após alguns meses de trabalho, o projeto da série “Guardiãs da Terra” está em vias de estar pronto para participar de festivais de roteiro, editais, encontros e rodadas de negócio, a fim de alcançar produtoras e players do mercado interessados em desenvolver e realizar a série.

    Para conhecer mais sobre o projeto e os roteiristas, basta acessar o Instagram da
    Engenhoca Filmes.

    Últimas