Primeira reunião de comitê sobre tarifas dos EUA reúne Fiesp e diferentes segmentos
A primeira reunião do comitê criado pelo governo federal para discutir com o setor produtivo ações de proteção ao Brasil frente às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos contou com a presença de 18 representantes executivos de diferentes segmentos. Entre os presentes no encontro desta terça-feira (15) está o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, além de representantes dos setores de maquinário, siderurgia e têxtil.
O nomeado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). Como primeira missão, o grupo terá o objetivo de ouvir os setores empresariais para detectar as implicações do anúncio de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir do dia 1º de agosto. O comitê, além de ministros, conta com embaixadores.
Na avaliação do governo, setores que produzem bens tecnologicamente avançados, com demanda mais específica e concentrada, tendem a ser os mais impactados caso as tarifas norte-americanas sejam mantidas. Isso porque esses segmentos enfrentam maiores dificuldades para redirecionar suas vendas a outros mercados. Entre os itens manufaturados com peso relevante nas exportações brasileiras para os Estados Unidos destacam-se, por exemplo, aeronaves e máquinas voltadas para o setor de energia.
Já no caso dos produtos básicos, o impacto tende a ser menor, pois sua comercialização é menos dependente de nichos específicos. A exportação desses itens favorece uma realocação mais ágil para outros mercados, que tendem a ser redirecionados com mais facilidade a outros países e regiões do que os bens manufaturados.
Na semana passada, a Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, avaliou que o impacto do aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos para o Brasil de 10% para 50% tende a ser pouco significativo no crescimento de 2025, embora alguns setores da indústria de transformação possam ser especialmente prejudicados. A análise constou no Boletim Macrofiscal divulgado na última sexta-feira.
Veja os representantes do setor produtivo que participaram da reunião
– Francisco Gomes Neto, Presidente da EMBRAER;
– Ricardo Alban, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
– Josué Gomes da Silva, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP);
– José Velloso, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ);
– Haroldo Ferreira, Presidente-Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (ABICALÇADOS);
– Janaína Donas, Presidente-Executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
– Fernando Pimentel, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT);
– Paulo Roberto Pupo, Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira
Processada Mecanicamente (ABIMCI);
– Paulo Hartung, Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ);
– Armando José Giacomet, Vice-Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
– Rafael Lucchesi, CEO da Tupy;
– Giovanni Francischetto, Superintendente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (CENTROROCHAS);
– Edison da Matta, Diretor Jurídico e de Comércio Exterior do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS);
– Cristina Yuan, Diretora de Relações Institucionais do Instituto Aço Brasil;
– Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG;
– Fausto Varela, Presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer);
– Bruno Santos, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico (ABRAFE)
– Alexandre Almeida, Diretor do Grupo RIMA.