Previdência no telhado
Janeiro terminou e apesar de todos os esforços do governo para conseguir os 320 votos necessários à reforma da previdência, ela subiu no telhado. Para alguns otimistas a reforma está na UTI, mas mesmo sem admitir, o governo sabe que a guerra está perdida.
Rodrigo Maia não está mais agregado à tropa de choque, liderada pelo ministro Marum (que não conta com a simpatia dos deputados), a negociação claudica por falta de verbas efetivas e promessas inócuas, além de ser ano de eleição, e a pauta da reforma traz em seu bojo antagonismos e insatisfações de classes e de grupos corporativos.
O governo armou para si uma arapuca ao ter vendido a ideia de que sem a reforma da previdência ela quebraria e deixaria o País sem alternativas.
Não acredito que o governo insistirá em uma previsível derrota; o mais certo neste momento é criar alternativas (se é que se pode chamar assim) para enfrentar a imagem de um fim de governo antecipado.
Não resta a menor dúvida de que a reforma da previdência é necessária e deverá ser feita e este será um dos mais importantes temas que os candidatos à presidência terão que enfrentar durante a campanha: não existe a menor possibilidade de se furtarem a isto.
A resistência do funcionalismo público que representa uma parcela significativa de votos, terá que ser quebrada. A maneira como os candidatos vão lidar com isto é uma das incógnitas.
Como a reforma da previdência não acontecerá agora, sobem no telhado, por tabela, a reforma tributária e a reforma política, reflexo do ano de eleição.