• Presidente da COP-26 diz que acordos ambientais devem ser seguidos mesmo com troca de governos

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  • 28/03/2022 21:35
    Por Emílio Sant'Anna / Estadão

    O presidente da COP-26 (Conferência Mundial do Clima), Alok Sharma, se reuniu nesta segunda-feira, 28 com representantes de bancos, empresas, Estados e municípios, em São Paulo. Na pauta, o crescimento de uma aliança para a descarbonização dos serviços financeiros, iniciativa lançada mundialmente em 2021 e que tem hoje mais de 450 empresas com ativos de mais de US$ 130 trilhões.

    Para Sharma, 2022 é o ano de entregar os resultados dos acordos construídos em Glasgow. O setor financeiro, diz ele, é fundamental nesse processo como impulsionador da atividade econômica comprometida com a sustentabilidade. “Não é apenas sobre o que eu faço em minha empresa, mas também olhar para toda a cadeia da qual ela faz parte”, diz o presidente da COP-26.

    Questionado sobre a expectativa em relação ao Brasil em ano eleitoral, Sharma diz esperar que o País confirme em atos os compromissos assumidos em Glasgow, seja qual for o resultado da disputa à Presidência. “Por isso é muito importante que tenhamos estratégias de longo prazo que demonstrem que (os países) estão implementando esses planos para atingir emissões zero de carbono até 2050”, afirma.

    O desmatamento é a principal causa de emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Na COP, o País se comprometeu a cortar em 50% suas emissões até 2030, tendo como base o volume de 2005. O objetivo superou o que havia sido apresentado na NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) poucos dias antes do início da COP-26. Ainda assim, a posição frustrou expectativas por ter só igualado a meta assumida em 2015. Na gestão de Jair Bolsonaro, o Brasil bate recordes sucessivos de desmatamento.

    Antes da reunião em São Paulo, o presidente da COP-26 se reuniu com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. “Um dos assuntos que tive com o ministro Leite foi sobre as NDCs brasileiras; esperamos ver muito em breve o Brasil submeter suas NDCs”, afirma.

    Apesar do papel central desempenhado pelos setores financeiro e produtivo, Sharma vê a responsabilidade do Estado brasileiro como um ponto inegociável. E não permitirá retrocessos após os compromissos assumidos pelo País em Glasgow diante da comunidade internacional.

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