Presidente da Câmara, Roni Medeiros, é afastado do cargo. Ele é acusado de empregar funcionários fantasmas
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, com o apoio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (GAOCRIM/MPRJ) e a Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro da Polícia Civil (CIAF/PCERJ), fazem nesta quinta-feira (27/06) em Petrópolis a Operação Diáfano para afastar de suas funções o presidente da Câmara de Vereadores do município, Roni Medeiros. Ele é acusado de empregar funcionários fantasmas em seu gabinete entre os anos de 2013 e 2016. Além do político, outras quatro pessoas são acusadas de peculato. A operação também cumpre 9 mandados busca e apreensão nas residências dos denunciados e na Câmara Municipal de Petrópolis.
De acordo com a denúncia, Roni empregou como “fantasmas”, segundo o MP, Omar Ligeiro Jacob, Omar Jacob, Valeria Maria Vital de Lira Rizzo e Márcio José de Almeida em seu gabinete sem que os funcionários comparecessem para trabalhar na Casa Legislativa. O político, ainda segundo o Ministério Público, nomeou Omar Ligeiro Jacob a pedido de seu pai, Omar Jacob, como contrapartida aos serviços que prestou durante a campanha eleitoral de Roni. Depois da posse, Omar Ligeiro Jacob não retornou à Câmara para trabalhar, não tendo realizado qualquer atividade inerente ao cargo comissionado.
Já em relação a Valeria e Márcio, diz o MP que o então vice-presidente da Câmara submeteu seus nomes ao então presidente da Câmara Municipal, Paulo Igor Carelli, com a finalidade de obter a nomeação dos indicados aos cargos, respectivamente, de assessor parlamentar e assessor especial, lotados no gabinete de Roni. "Muito embora tenham sido nomeados e empossados nos cargos comissionados, os denunciados nunca exerceram qualquer função pública na Câmara Municipal, tendo recebido, normalmente, os proventos relativos aos cargos ocupados durante o período em que estiveram empregados na Casa", diz a denúncia.
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Segundo o MP, ao longo do quatro anos de legislatura foi desviada dos cofres municipais a quantia de aproximadamente R$ 500 mil em valores atualizados, correspondente aos vencimentos pagos aos três funcionários “fantasmas”, que foram denunciados pelo total de 72 peculatos e associação criminosa.
Em nota, o advogado do vereador Roni Medeiros, João Francisco, afirmou que “esse afastamento do mandato representa um equívoco muito grande, pois Roni Medeiros é um politico vocacionado, com vida modesta e simples". "Ele nunca desviou um centavo. Essa acusação de funcionário fantasma não tem amparo e será facilmente rebatida. Estamos confiantes que a desembargadora irá refletir sobre os argumentos que serão apresentados”, afirmou.