• Prêmio Alceu Amoroso Lima ‘Direitos Humanos 2022’ será entregue nesta quinta-feira (15)

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  • O CIMI-Conselho Indigenista Missionário foi o vencedor do Prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos 2022

    12/12/2022 19:01
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis

    Vencedor do Prêmio Alceu Amoroso Lima ‘Direitos Humanos 2022’, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), criado em 1972, durante a Ditadura Militar, receberá uma homenagem, pela luta humanista e pelos direitos humanos, nesta quinta-feira (15).

    Sobre o Conselho Indigenista Missionário (CIMI)

    Organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o CIMI surgiu quando o Brasil adotava os grandes projetos de infraestrutura como centrais e assumia abertamente a integração dos povos indígenas à sociedade majoritária como perspectiva única. Assim, o Conselho começou a trabalhar buscando favorecer a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembleias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.

    Entre seus princípios fundamentais, o CIMI defende o  respeito à alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e a valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas.

    O Prêmio POST MORTEM foi outorgado ao indigenista brasileiro Bruno da Cunha Araújo Pereira, considerado uns dos maiores especialistas em indígenas isolados ou de recente contato do país e exímio conhecedor do Vale do Javari, na região Amazônica. 

    Nascido em Recife, Pernambuco, sua história na região começou quando desistiu da faculdade e partiu para a Amazônia com a finalidade de atuar em defesa das causas ambientais e dos povos indígenas.  Foi aprovado num concurso da Fundação Nacional do Índio (Funai) e escolheu ir para o Vale do Javari, a terra indígena que tem a maior concentração de indígenas isolados do mundo. Em 2018, Pereira se tornou o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai, quando chefiou a maior expedição para contato com índios isolados. 

    Em 2019, ele liderou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos. Entretanto, após pressão de setores ruralistas ligados ao Governo Jair Bolsonaro, foi exonerado do cargo em outubro daquele ano. 

    Com um imenso legado para a política de proteção aos povos indígenas isolados e de recente contato, Bruno Pereira se tornou um dos principais especialistas do país na área. 

    De acordo com entidades indígenas, Bruno era constantemente ameaçado por garimpeiros, madeireiros e pescadores, e acabou sendo assassinado em junho de 2022. 

    Ao jornalista britânico Dominic Mark Phillips, assassinado junto com o indigenista Bruno Araújo Pereira, no Vale do Javari, em junho de 2022.

    Nascido em  Bebington, na Inglaterra, Dominc trabalhou para os jornais Washington PostThe New York Times e Financial Times, casou-se com a brasileira Alessandra Sampaio e morou em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, de 2007 a 2022.

    Phillips escreveu sobre política, pobreza e desenvolvimento cultural no Brasil. Ele contribuiu para o The Washington Post de 2014 a 2016, onde cobriu os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. 

    Ele também informou sobre o desmatamento no Brasil, liderando uma investigação do The Guardian sobre fazendas de gado de grande escala estabelecidas em terras de floresta desmatada. Phillips ainda contribuiu para o Financial TimesBloomberg News e revistas sobre futebol. 

    Em junho de 2020, Phillips esteva na região do Vale do Javari, fazendo pesquisas para um livro sobre desenvolvimento sustentável por lá. Ele havia recebido uma bolsa da Fundação Alicia Patterson para escrever o livro e pretendia terminá-lo até o final do ano.

    A Menção Honrosa foi para o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis,  criado em 1979, com a finalidade de realizar, apoiar, assessorar e orientar iniciativas que contribuam para a concretização dos Direitos Humanos nas sociedades.

    Inspirado no lema “servir à vida”, o CDDH nasceu do movimento de um pequeno grupo de religiosos, que se reunia com o intuito de agregar a fé ao compromisso social. Leonardo Boff, filósofo, escritor e defensor da teologia da libertação, é um dos fundadores da organização, da qual hoje é o presidente.

    O CDDH atua como multiplicador de denúncias dos casos de violação de direitos nas sociedades e seus membros trabalham pela defesa dos que vivem à margem, dos excluídos socioeconômicos.

    Os prêmios são entregues pelo Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade/CAALL, unidade da Universidade Candido Mendes/UCAM, que funciona em Petrópolis, na casa onde Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Athayde, viveu.      

    Dentre as atividades do CAALL está a indicação e escolha do outorgado para receber anualmente, nos anos pares, o Prêmio Alceu Amoroso Lima – Poesia e Liberdade e, nos ímpares, na área dos Direitos Humanos.

    O objetivo dos prêmios é prestar homenagem àqueles que se destacaram na luta humanista e pelos direitos humanos.

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