Prefeitura vai à Justiça para manter proibidos os ônibus intermunicipais
Apesar da autorização do Governo do Estado para que linhas intermunicipais e interestaduais voltassem a operar, ainda de forma restritiva, neste sábado, as empresas que mantém linhas chegando e saindo de Petrópolis não retomaram as operações. A Rodoviária do Bingen, ponto de chegada e partida do transporte intermunicipal, segue fechada e sem venda de passagens. No local, a informação é que não há previsão para reabertura.
Para manter as restrições, a Prefeitura usa como base nota técnica da Secretaria de Saúde que prevê a continuidade das medidas adotadas até o momento, como a restrição dessa modalidade de transporte e as barreiras sanitárias. No dia 2 de junho, o município editou o decreto 1.203/20, reafirmando a proibição da circulação do transporte público intermunicipal e interestadual, como ônibus, vans, táxis e carros de aplicativo provenientes de cidades que tenham casos confirmados de circulação do coronavírus, levando em conta exatamente o documento técnico.
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Ao justificar a decisão, o prefeito Bernardo Rossi citou a reestruturação da rede de saúde, com a ampliação no número de leitos, criação de um hospital referência e da UPA Vermelha, com a previsão da cidade ter 144 leitos de UTI. Hoje, a taxa de ocupação dos leitos clínicos da cidade dedicados ao tratamento da covid-19 é de 26,79% e das UTIs, de 34,34%.
“Não podemos, de maneira nenhuma, afrouxar essas medidas restritivas, que já demonstraram eficácia para o controle do vírus em Petrópolis. Confio na justiça. Em outras cidades, o nível de ocupação de leitos chegou aos noventa, cem por cento. Isso mostra que o trabalho foi diferenciado aqui em Petrópolis. Se nesse momento abrirmos qualquer precedente, tenho certeza que vamos perder esse nível de controle. Vale lembrar que o próprio governador deixou claro, ainda dentro do mês de maio, em um dos decretos de flexibilização, que os municípios podem ter a prerrogativa de decisões dentro de suas realidades”, afirmou o prefeito.
O município já obteve quatro decisões judiciais favoráveis que negaram o retorno do transporte público intermunicipal e interestadual, além de ganhar na justiça o direito de promover as barreiras sanitárias nas entradas da cidade e em outros pontos alternativos de acesso. Até o momento, mais de quatro mil veículos tiveram que retornar para suas cidades de origem.