Prefeitura é a ‘maior imobiliária da cidade’ em quantidade de aluguel social
Na audiência pública sobre habitação popular, o secretário de Assistência Social, Fernando Araújo, chegou a dizer que, hoje, a prefeitura é a ‘maior imobiliária de Petrópolis’, se referindo à quantidade de aluguel social destinado a vítimas das chuvas. Hoje ainda são 4.169 famílias recebendo o benefício. E Araújo disse que o prefeito, em Brasília, apresentou projetos pleiteando recursos para construir casas em terrenos na Mosela, Benfica, Cuiabá, Caetitu e Estrada da Saudade, todos já conhecidos por nós e que não vão para frente desde a enchente de 2011. Ou seja, nenhuma nova opção de área edificável foi apresentada ao governo federal.
Mistério
Mosela, Benfica e Cuiabá somariam 340 unidades habitacionais. E porque a prefeitura ainda insiste no Caetitu é um mistério. Num resumo, em 2013, por R$ 2,2 milhões, a então gestão de Bomtempo desapropriou a área que era da igreja para construir 800 apartamentos. Mas, não teve apoio do governo federal e tentou, no ano seguinte, uma autorização da Câmara de Vereadores para vender o terreno para a iniciativa privada, o que também não rolou. Já em 2019, um laudo do Instituto Estadual do Ambiente, incluído em um procedimento aberto pelo Ministério Público, confirma que a área de 17 hectares fica em Área de Proteção Ambiental, onde, em princípio, não pode haver nenhum tipo de construção.
Desavisados
A prefeitura, para se enaltecer, diz que em 2021 eram 140 aluguéis sociais mantidos pelo estado e 198 pelo município e que hoje, depois das enchentes, o número passou de quatro mil. Ô, gente… Mesmo com menos aluguel social não significa que estivesse o restante todo em lugar seguro. Se estivessem, a chuva não tinha deixado 241 mortos, um desaparecido e os 4.169 sem casas e dependendo de aluguel social em 2022. E não vamos esquecer que 17 mil casas até hoje estão em lugar de risco alto na cidade. Pessoal anda meio confuso com essas comparações.
Onde estão os representantes do povo?
Nesta audiência pública sobre habitação popular, tema que interessa a 47 mil pessoas vivendo em áreas de alto risco de deslizamento na cidade, estiveram presentes apenas quatro vereadores: Léo França, Mauro Peralta, Júlia Casamasso e Marcelo Chitão. De deputado só tinha um, estadual, Renato Machado… de Maricá!
Ocupação
E nesta audiência, chamou a atenção Erick Vermelho, do Movimento do Povo, que foi candidato a deputado federal pelo Rio. Ele falou de mobilização e ocupação de imóveis vazios. E foi além: disse que seria indicado dar um prazo para que os governos cedam os imóveis vazios a quem precisa e, depois disso, “se não houver solução, que se ocupe”. Ele citou o chamado Campo de refugiados 1º de Maio, em Itaguaí, ano passado, ocupado por cinco mil famílias, que depois foram retiradas. Essa fala se deu depois de serem citados apartamentos vagos no Vicenzo Rivetti e o prédio de 32 habitações na Floriano Peixoto, ainda esperando reforma há quase um ano.
Hugo, o candidato de Castro
E o governador Cláudio Castro que embaralhou as cartas e abriu um jogo novo? Declarou ontem, em solenidade no Palácio Guanabara, que seu candidato a prefeito em Petrópolis é Hugo Leal e com as bençãos de Bernardo Rossi. Não deu cinco minutos para chegar a notícia à cidade e deixar tristinhos Hingo Hammes e Fred Procópio. E olha que ambos foram aconselhados por várias pessoas a disputar a eleição para deputado…
“Deixem as plantas em paz”
Depois que a gente falou aqui sobre a possibilidade de transformar uma estufa de mudas da Comdep, na Paulo Hervê, no Bingen, em um estacionamento, mais moradores escreveram para a gente protestando. Dizem eles que os carros que atrapalham o comércio são dos próprios lojistas que estacionam em frente aos seus estabelecimentos… De fato é uma prática, sem sentido, que acontece em toda a cidade, quase uma tradição petropolitana. E aí os moradores dizem “deixem o horto em paz”. Tá aí o recado aos vereadores que ‘compraram’ a ideia de estacionamento.
Mas já?
Sabe a obra de revitalização da Serra Velha, que tava ficando um espetáculo? Então… Tem trechos já com asfalto desprendendo…
A Itália é aqui!
A prefeitura e a Casa D’Itália Anita Garibaldi firmaram parceria para o curso “ABC D’Itália” ser ministrado no Centro Cultural Estação Wilma Borsato, em Cascatinha. Durante oito meses serão realizadas aulas semanais da língua e cultura italianas.
Contato com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br