• Prefeitura delega a terceiros a distribuição das 8 mil cestas básicas doadas pelo Governo Federal

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  • 28/04/2022 09:25
    Por Luana Motta

    Alegando que “Quem tem fome tem pressa”, a Secretaria de Assistência Social delegou a várias instituições da sociedade civil de Petrópolis a missão de distribuir as 8 mil cestas básicas doadas pelo Ministério da Cidadania. As cestas foram destinadas ao município no dia 22 de fevereiro, e ficaram estocadas por mais de um mês em um deposito em Mesquita, na Região Metropolitana. Os alimentos só foram trazidos para Petrópolis após uma recomendação da Defensoria Pública.  

    De acordo com a Assistência, as cestas foram encaminhadas para associações de moradores, igrejas, entre outras instituições que têm contato direto com as comunidades e as pessoas que necessitam de algum suporte. A Secretaria não informou se as cestas foram destinadas às vítimas das tragédias, mas disse que orientou essas instituições a assistir as famílias que precisavam dessas cestas, mediante preenchimento de todas as informações do beneficiário final. 

    Além de instituições filantrópicas, o Sindicato dos Empregados no Comércio e a Associação da Rua Teresa (ARTE) receberam cestas para distribuição. De acordo com José Anibal dos Prazeres, primeiro secretário do Sindicato, pouco mais de mil cestas foram distribuídas aos empregados do comércio da Rua do Imperador e Rua 16 de Março que foram atingidas pelas enchentes. 

    Em conversa com a Tribuna, nesta quarta-feira (27), Anibal disse que todos os empregados, sindicalizados ou não, que apresentaram o contra-cheque comprovando que trabalham no comércio nessas duas ruas em estabelecimentos que foram afetados pela chuva tiveram direto às cestas. E disse que a listagem com o nome de todos que receberam foi disponibilizada à Prefeitura. A Tribuna também questionou a ARTE sobre a distribuição das cestas, mas não obtivemos resposta.  

    Já a Assistência, disse que no caso específico do Sindicato dos Comerciários, trata-se de uma instituição que assiste os trabalhadores que perderam os seus empregos devido ao fechamento de estabelecimentos atingidos pelas chuvas. 

    De ‘dispensa cheia’ a ‘quem tem fome tem pressa’ 

    As cestas doadas pelo Ministério da Cidadania ficaram armazenadas por mais de um mês no município de Mesquita, aguardando a Prefeitura buscar. O que só aconteceu após a Defensoria Pública enviar uma recomendação ao município. Na ocasião, a recomendação determinava que a distribuição fosse feita de forma igualitária aos 23 abrigos provisórios ativos até então.  

    Leia também: Alegando despensa cheia, Prefeitura não busca as 8 mil cestas básicas doadas pelo Governo Federal

    Há um mês, em 23 de março, quando questionada pela reportagem, a Prefeitura informou que estava com alimentos em quantidade suficiente para atender as famílias atingidas – tanto no galpão da Tec Auto, em Itaipava, que recebeu 54 toneladas nos 30 primeiros dias da crise, quanto no galpão da Assistência Social. Como Petrópolis recebeu doações de todo o Brasil, a Prefeitura disse que usou o material do Ministério da Cidadania, que está em Mesquita, como uma espécie de reserva por questão de logística e armazenamento correto dos alimentos. 

    Já nesta quarta-feira (27), a Assistência disse que delegou a distribuição à sociedade civil para dar capilaridade às doações. “Ou seja, fazer com que elas chegassem o mais rápido possível aos que mais precisam. Quem tem fome tem pressa. Não seria razoável deixar as cestas estocadas, inclusive por conta de validade dos alimentos, com tantas pessoas precisando”, disse.  

    A Secretaria disse ainda que essas cestas estão sendo entregues também pelos equipamentos da Assistência Social. 

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