Prefeitura cria grupo técnico para avaliar pacientes internados na Casa de Saúde Santa Mônica
Cerca de 150 pacientes que estão internados na Casa de Saúde Santa Mônica, em Cascatinha, passarão por uma avaliação de técnicos da Prefeitura. O objetivo é identificar quais estão aptos para serem transferidos para residências terapêuticas ou se podem retornar para casa, no caso de existência de vínculos familiares. O grupo técnico foi criado pelo município no início do mês.
De acordo com a Prefeitura, a rede municipal de saúde mental conta atualmente com três residências terapêuticas – duas femininas e uma masculina – com um total de 30 vagas. Além disso, ainda há um projeto em desenvolvimento para a criação de mais duas unidades. Nesses locais, os pacientes são acompanhados por profissionais da rede. As casas também contam com cuidadores que se revezam no atendimento aos pacientes.
Segundo um dos diretores do Hospital Santa Mônica, Marcos Paulo Vianna Cordeiro, muitos dos pacientes estão internados na unidade há mais de 20 anos e já perderam o vínculo com a família. “Hoje a visão mudou um pouco. A intenção há alguns anos era desinstitucionalizar todos os pacientes. Agora só será transferido quem realmente conseguir ir para as residências terapêuticas ou voltar para as famílias”, disse o diretor.
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A Casa de Saúde Santa Mônica é a única unidade de saúde da cidade que ainda interna pacientes psiquiátricos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital existe há mais de 50 anos e em 2013 correu o risco de fechar devido a dificuldades financeiras. Na época, a direção da unidade questionava a diária paga pelo SUS para manter os pacientes, que era R$ 42.
A instituição foi arrendada há cerca de um ano e meio pelo Hospital Clínico de Corrêas (HCC), que vem realizando reformas e ampliações nas instalações do Santa Mônica. Segundo Marcos Paulo, houve mudanças no pagamento da diária, mas o valor ainda é baixo. “Agora o SUS paga R$ 70 a diária durante os três primeiros meses de internação. Se o paciente permanecer na unidade esse valor passa para R$ 40”, explicou o diretor. Apesar do repasse do SUS ser abaixo do necessário para manter os pacientes, o diretor ressalta que consegue manter a qualidade no atendimento.