Governo provisório autoriza horários de sábado nos ônibus e coletivos ficam completamente lotados
No primeiro dia em vigor das restrições mais rígidas determinadas pela Prefeitura em Petrópolis, onde apenas os serviços essenciais podem funcionar, as cenas de aglomerações dentro dos ônibus e nos terminais rodoviários geraram protestos por parte dos usuários. A denúncia é que as empresas reduziram ainda mais a frota em circulação – retirando coletivos e suprimindo horários – resultando em veículos lotados e longas filas de espera pelo transporte.
A redução da frota foi autorizada pelo município no novo decreto publicado na noite de segunda-feira (29). De acordo como o texto, que já está disponível no Diário Oficial (D.O.) as empresas de ônibus podem adotar o horário de sábado, o que representa uma redução ainda maior na quantidade de ônibus circulando na cidade.
Um vídeo feito por uma moradora do Quissamã que trabalha em um laboratório na região do Prado, em Corrêas, mostra as cenas de aglomerações dentro do ônibus da linha 330. Ela conta que não teve o horário habitual de 6h30 em direção ao Terminal e o coletivo só chegou por volta de 6h45. “Estava lotado o ônibus, havia filas nos pontos e no terminal. Do que adianta fechar as lojas, prejudicar os comerciantes se os usuários do transporte passam por essa situação? Quem tem que trabalhar e depende dos ônibus fica a mercê das empresas que reduzem a frota ao invés de aumentarem os horários e colocarem mais ônibus”, lamentou a usuária.
As cenas de aglomerações dentro dos ônibus vêm sendo denunciada há meses e também é alvo de questionamentos do Ministério Público (MP). Na semana passada, a Prefeitura de Petrópolis informou que entrou na justiça para que as empresas colocassem 100% da frota em circulação, mas até o momento a situação permanece a mesma.
As restrições mais rígidas valem desta terça-feira (30) até domingo (4) numa tentativa de frear o aumento da transmissão do covid-19 na cidade. Só serviços essenciais podem abrir. O comércio deve permanecer fechado e bares e restaurantes podem funcionar com serviço de delivery.
A Tribuna questionou a Prefeitura sobre a fiscalização nas empresas de ônibus e quais serão as medidas adotadas para garantir que a frota não seja reduzida nesses dias em que o decreto estiver valendo, mas até o momento não obtivemos resposta. A Tribuna também questionou o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setranspetro) sobre os motivos para a redução dos horários e a retirada dos coletivos, mas não recebemos a resposta.