Prefeitura aluga casarão na Avenida Ipiranga para abrigar a UERJ
A novela em que se transformou a instalação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) na cidade ganhou mais um capítulo ontem, com o anúncio, feito pela Prefeitura, do aluguel de um casarão na Avenida Ipiranga para sediar o campus da instituição na cidade. Na contramão das medidas de contenção de despesas, o governo municipal vai gastar R$ 18 mil mensais para abrigar a instituição de ensino no imóvel. O reitor da UERJ, Ruy Garcia Marques, já declarou que as aulas devem ser retomadas na próxima segunda-feira, após cinco adiamentos, mas a instituição, por meio da assessoria de imprensa, não confirma a informação. Em nota, garantiu que ainda não há previsão de retorno e esclareceu, sobre o campus, que “está em negociação com a Prefeitura de Petrópolis”.
O imóvel alugado pela Prefeitura, localizado na Avenida Ipiranga, n°544, já foi utilizado pelo município. O casarão abrigou, por duas gestões consecutivas, a Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac), mas o contrato de aluguel foi rescindido no fim do ano passado, como parte de um pacote de medidas para reduzir as despesas com aluguéis, em meio à crise financeira.
Segundo informações do governo municipal, a opção pelo aluguel foi necessária por conta da inadequação e/ou entraves jurídicos de imóveis próprios. O município chegou a propor a utilização do Ciep Santos Dumont, mas, segundo a Prefeitura, a faculdade considerou o espaço grande demais. Também houve tentativa de cessão da Casa Visconde de Mauá, mas o prefeito Bernardo Rossi alega que “juridicamente a disponibilização não foi possível”.
“É uma exceção firmar este aluguel porque estamos no caminho contrário, de economia, cortando aluguéis, mas não podemos abrir mão de uma universidade como a UERJ. Com a UFF, por exemplo, temos parceria também e assumimos despesas de água, luz, zeladoria e tudo o mais. Então, há custos que a prefeitura deve assumir”, disse o prefeito.
Entenda o caso
A UERJ abriu seu primeiro campus na cidade, com o curso de Arquitetura, em 2016, na Casa do Barão do Rio Branco, que é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). O problema é que o prédio principal do espaço, segundo laudo de empresa contratada pela própria universidade, apresenta problemas estruturais. A Defesa Civil já vistoriou o local, a pedido do Ministério Público e da 4ª Vara Cível de Petrópolis, e também constatou riscos. Apesar disso, a universidade manteve as aulas em um prédio anexo.
No fim do ano passado, o juiz Jorge Martins, da 4ª Vara Cível, determinou a transferência do campus para outro endereço e a realização de obras na Casa do Barão do Rio Branco, no entanto, a universidade conseguiu suspender os efeitos da sentença, acabando com a obrigatoriedade (ao menos judicial) de fechar o campus. Desde então a instituição, junto à Prefeitura, busca uma solução para o impasse.