Prédio dos Correios segue fechado um ano após promessa de intervenções
Um ano depois de anunciar que fecharia o imponente prédio onde funcionava a agência central, na Rua do Imperador, os Correios seguem ignorando as determinações do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) para a realização de obras para conter a degradação do imóvel. Os principais problemas foram identificados no acesso principal ao prédio e, desde abril, o espaço é utilizado apenas parcialmente, com acesso pela Rua Epitácio Pessoa.
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O Inepac informou que na última vistoria, no mês passado, a gerência da unidade informou que as intervenções previstas se resumiam a instalação de tapume e tela de proteção na fachada. “Diversos prédios históricos da cidade estão abandonados. Parece que há uma falta de interesse em resolver esse tipo de questão. A gente precisa ter solução para esse tipo de coisa, principalmente numa cidade que vive de turismo”, disse a presidente da Associação de Moradores e Amigos de Petrópolis, Myriam Born.
O diretor do Inepac, Roberto Anderson, garantiu que vem cobrando sistematicamente a Superintendência dos Correios no Rio de Janeiro para que tome providências para que o prédio seja recuperado. Uma ação civil pública tramita no Ministério Público Federal (MPF) desde maio de 2017, tendo como objeto a restauração do imóvel. Segundo o órgão, o processo está em fase de conclusão na Primeira Vara Federal de Petrópolis.
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No processo, constam como irregularidades as infiltrações nas alvenarias e reboco danificados, falta de conservação da cobertura e limpeza das calhas, paredes cobertas por teias de aranhas, instalação equivocada de ar-condicionado, esquadrias em péssimo estado de conservação, gradis necessitando de reparos e pintura, além de diversas pichações nas alvenarias e na cobertura.
Como exigência do Inepac consta também a realização de um projeto de restauração do imóvel, a ser elaborado por firma especializada e submetido a análise e aprovação. O item deve contemplar também projetos complementares de instalação elétrica e hidrossanitária, de combate a incêndio e de ocupação, além de um levantamento arquitetônico com plantas baixas, planta de cobertura, cortes e fachadas, com a identificação dos materiais construtivos e de acabamento, mapeamento dos danos existentes, laudo de avaliação da situação atual do imóvel com diagnóstico e projeto de restauração com indicação dos serviços e procedimentos de recuperação e restauro a serem realizados.
Os Correios não responderam aos questionamentos feitos pela Tribuna.