Precisamos falar sobre segurança no trânsito
O mês de maio foi escolhido mundialmente para falarmos sobre a preservação da vida no trânsito. No Detran, durante o período, promovemos palestras, conversamos com pedestres e motoristas, participamos de pedalada, entregamos fitas amarelas e outras ações que frisassem a importância do cuidado no trânsito. O mês comemorativo acabou. Porém, o que não pode acabar é a preocupação com a segurança no trânsito e, consequentemente, com a vida.
O que nos dá essa certeza? Somente em 2015, conforme dados levantados pelo Detran, 1786 pessoas morreram nas vias do nosso estado. Houve um total de 40477 vítimas nos 30012 acidentes registrados. Sou de Três Rios, que tem uma população de cerca de 100 mil habitantes. O número de mortos é como se quase 2% da minha cidade tivessem morrido. O número de mortos mais feridos alcança mais de um terço da minha cidade. Também podemos comparar que o número de vítimas fatais é igual à queda de quatro grandes aviões sem sobrevivente. Vítimas que, se não morrem, sofrem sequelas que podem continuar pelo resto da vida. Jovens, mulheres, homens, crianças, velhos, enfim… são cinco vidas abreviadas por dia, principalmente por excesso de velocidade.
Os locais de grande concentração urbana já têm uma gama de questões muito sérias e de grandes proporções. Não podemos deixar que problemas com soluções ou amenizações bastante significativas se percam por inação. A segurança no trânsito é um desses riscos que, se não pode ser eliminado, pode ser muito reduzido. Ações como pintar faixas de pedestres ou conscientizar motoristas de que a faixa da direita deve ser a de menor velocidade, podem ser.realizadas sem grandes gastos e dar resultados.
Por isso estou abrindo o Detran para conversar com os especialistas de trânsito de cada cidade e atuarmos. Já mapeamos os locais mais perigosos de cada município onde podemos concentrar ações. Na capital, por exemplo, 42 pessoas morreram no transito por mês em 2015. O local mais perigoso de todos é a Avenida Presidente Vargas, onde o atropelamento é o problema mais constante. Na Baixada, em Caxias o número de mortos por mês chegou a sete e no ano foram 78. Já em Nova Iguaçu foram 65 mortos no ano, ou cinco a cada mês, de um total de 1889 acidentados.
Aqui em Petrópolis, em 2015 havia 5 veículos para cada 10 habitantes, o número de infrações chegou a 14 para cada 10 automotores. A consequência desse comportamento foram 24 óbitos no trânsito e 402 feridos. A Estrada União-Indústria, a BR-040 e a Avenida Rio Branco, no centro da Cidade, mesmo com as restrições de velocidade já impostas foram os locais de maior incidência de acidentes – e podemos afirmar que continuam sendo.
Estancar ou atuar como agentes para a mudança está ao alcance das nossas mãos. Não podemos deixar passar mais. Precisamos falar sobre segurança no trânsito.