Prática do cross fit ganha força em Petrópolis

Criado em 2000, pelo casal americano Greg Glassman, ex-ginasta, e Lauren Jenai, o CrossFit chegou ao Brasil apenas em 2009, dois anos após a disputa do primeiro CrossFit Games, o mundial da modalidade. O crescimento neste período, porém, tem sido exponencial.

Em menos de uma década, o país já é o segundo no ranking oficial da empresa em número de acadêmias que oferecem a prática do esporte, com mais de 800 boxes cadastrados. O número é superior, por exemplo, a países de destaque, como a Austrália e o Canadá, que possuem aproximadamente 500 locais, cada.

E aparecendo cada vez mais no mapa do CrossFit nacional está Petrópolis. Com quatro boxes afiliados em apenas três anos, a cidade lidera a lista da Região Serrana do Rio de Janeiro, e tem acompanhado a evolução do esporte no Brasil. Com apenas um ano de fundação, o CrossFit Crater, localizado na rua Paulino Afonso, já comemora essa ascensão: “Inauguramos o box em novembro de 2016 e chegamos aos 100 alunos em apenas cinco meses. Agora que completamos um ano, dobramos este número, e o crescimento continua. Tivemos uma média de 15 novos inscritos por mês no último semestre, mas já batemos esta marca apenas na metade de novembro. É algo relativamente novo para as pessoas, porém, aos poucos, com o conhecimento sobre o esporte e maior visibilidade, é natural que a procura aumente, como tem acontecido.”, disse Eduardo Küpper, headcoach da Crater.

O dinamismo das aulas e a variação dos movimentos, é uma das armas do CrossFit para ganhar novos adeptos. Com uma mistura de ginástica olímpica, levantamento de peso, atletismo e treinamento funcional, o esporte promete não só formar atletas, mas também melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral. 

“Muitos acham que o CrossFit é apenas para pessoas que já possuem uma condição atlética muito boa, mas na verdade é uma prática para que as pessoas comuns ganhem este condicionamento. Não necessariamente a de um atleta, mas o melhor que ela pode se tornar dentro de suas limitações naturais. Existem dez capacidades físicas que são trabalhadas em nosso treinamento: resistência cardiorrespiratória, resistência muscular, força, flexibilidade, potência, velocidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e precisão. E o aprimoramento de tudo isso traz melhorias para a qualidade de vida. O que é intenso para um jovem de 20 anos é diferente para alguém de 50, e isso é respeitado dentro do esporte. Tudo aqui é feito de forma progressiva, entendendo as diferenças de cada um. A grande competição é entre você e você mesmo, por uma melhora diária, não entre os praticantes. A evolução individual é a maior conquista do CrossFit, sempre.”, explicou Matheus Souza, um dos sócios da Crater.

Para Bruno Priori, advogado e praticante do esporte há cinco meses, o grande diferencial é a quebra da rotina. “Sempre tive a consciência da importância de praticar esportes, mas não conseguia me adaptar a nenhum. Tentei várias academias de musculação, mas era um sacrifício. Depois das primeiras semanas já perdia o estímulo por ser tudo muito repetitivo. Decidi então tentar o CrossFit como alternativa e descobri o prazer de praticar atividades físicas. Atualmente, se não consigo ir treinar algum dia já fico de mau humor, sentindo falta dos exercícios.”, relatou Bruno, de 33 anos.

Com quatro boxes em atividade em Petrópolis e o aumento da procura pelo esporte, acredita-se que a modalidade possa superar a marca de mil praticantes no município no início do próximo ano. E trazendo conquistas para a cidade.

“No início do ano, dois alunos nossos venceram uma competição em Juiz de Fora, no primeiro em que eles participaram. Duas alunas terminaram em segundo, no mesmo campeonato. No mês passado, outra dupla feminina também conseguiu uma ótima colocação em um evento no Rio de Janeiro. Todos eles possuem vida além do CrossFit, trabalham em outras áreas, não são atletas profissionais. Ainda assim, conseguem resultados significantes. Há uma evolução natural do esporte, tanto para quem tem o interesse em competir quanto para quem quer apenas praticar uma atividade dinâmica, eficiente, interessante e desafiadora. Essa possibilidade de todos praticarem, cada um em seu ritmo e intensidade, é o que faz do CrossFit único e em constante crescimento.”, completou Matheus, um dos sócios da Crater, e que disputará o Desafio da Serra, que será realizado em Nova Friburgo, entre os dias 9 e 10 de dezembro.