Powell: Fed não precisa esperar inflação a 2% para agir em relação a política monetária
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, comentou nesta terça-feira, 9, que os dirigentes não precisam esperar que a inflação chegue exatamente à meta de 2% para dar início ao processo de flexibilização monetária, em testemunho no Senado dos EUA. Contudo, ele reiterou que as decisões dependerão de leituras “boas” nos próximos dados macroeconômicos.
O presidente do BC americano também observou que o mercado de trabalho não é mais o catalisador principal de pressões inflacionárias nos EUA.
Ao ser questionado novamente pelo Senado sobre a dinâmica de moradias, Powell reforçou que os problemas de oferta e demanda, embora intensificados pelo ciclo de aperto, somente serão resolvidos após Fed conquistar a estabilidade de preços nos EUA. E, mesmo assim, o presidente alertou que pode levar anos até que o setor imobiliário seja completamente normalizado.
Mercado de trabalho
O presidente do Fed afirmou que um enfraquecimento excessivo do mercado de trabalho pode ser uma razão para iniciar cortes de juros, em testemunho no Senado dos EUA. “Mas é difícil estimar se este risco vai se materializar”, apontou.
O presidente do BC americano lembrou que, por exemplo, uma série de leituras favoráveis de inflação e emprego foi interrompida no primeiro trimestre deste ano, frente a breve aceleração dos preços e da economia.
Powell também foi questionado sobre o aumento na emissão de dívidas do Tesouro dos EUA e se ele via uma “manipulação capaz de atrapalhar a luta contra a inflação”. Evitando comentar sob uma perspectiva política, o presidente do BC americano disse que não vê efeitos significativos da emissão de títulos sobre os preços e reiterou que as decisões do Tesouro são separadas da política monetária. Ele reforçou ainda a postura independente do Fed, mesmo em período eleitoral.
Sobre regulação do sistema bancário, Powell disse que os órgãos reguladores ainda precisam de mais tempo para obter feedback sobre as alterações sugeridas nas regras de capital, que seguem o modelo da Basileia III. Ele não firmou quando as novas propostas em discussão devem ser divulgadas, mas disse que “levará tempo”.