Portugal: novo governo vê ajuda da UE como alavanca para crescimento econômico
Integrantes do Partido Socialista de Portugal tomaram posse nesta quarta-feira, 30, para o terceiro mandato consecutivo do partido no governo, enquanto o país se prepara para começar a gastar cerca de 45 bilhões de euros (US$ 50 bilhões) em ajuda da União Europeia para ajudar a impulsionar uma das economias mais fracas do bloco.
A sigla de centro-esquerda conquistou 120 assentos no parlamento dentre os 230 totais em uma eleição esmagadora em janeiro, abrindo caminho para reformas de longo alcance há muito adiadas por disputas políticas. O principal partido da oposição, o Partido Social Democrata, de centro-direita, tem 77 cadeiras.
O primeiro-ministro António Costa, que lidera o país desde 2015, prometeu uma recuperação econômica após a pandemia de covid-19, mas agora também enfrenta ventos contrários decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Costa disse que seu novo governo não terá um período de lua de mel porque a pandemia ainda não acabou e a guerra na Ucrânia trouxe “um enorme fator de incerteza” para a economia e os meios de subsistência. Mesmo assim, o ganho inesperado de fundos da UE apresenta uma “oportunidade única”, disse ele.
Novos desafios incluem um aumento acentuado do custo de vida, incluindo preços mais altos de eletricidade e gás para residências e empresas, após a guerra na Ucrânia. A confiança do consumidor registrou sua segunda queda mais acentuada já registrada em março, informou a agência nacional de estatísticas na quarta-feira. Ela também disse que os preços de aluguel subiram mais de 8% no final do ano passado.
Apesar da promessa de mais gastos públicos, o novo ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que manter um controle firme da dívida nacional é uma “prioridade fundamental” para o novo governo, acrescentando que disso depende a credibilidade internacional do país.
No entanto, os atrasos na realização das eleições gerais e na contagem de votos significam que o novo parlamento empossado nesta terça-feira provavelmente não aprovará o orçamento do Estado para 2022 antes do final de junho devido a procedimentos burocráticos. A ajuda da UE prevista para os próximos anos inclui 15,3 bilhões de euros (US$ 17 bilhões) em fundos imediatos de recuperação da pandemia e quase 30 bilhões de euros (US$ 33,4 bilhões) como parte de subsídios da UE até 2027.