Por mortes em obras no Catar, seleção da Noruega pode boicotar Copa do Mundo
A Associação Norueguesa de Futebol e seus clubes filiados podem decidir pelo apoio ao boicote da seleção do país à Copa do Mundo de 2022, no Catar. Em 20 de junho, um novo congresso colocará o tema novamente sob avaliação. A ideia do boicote é motivada pelas mais recentes notícias sobre o crescente número de trabalhadores mortos em obras de estádios e infraestrutura para a competição. De acordo com publicação do jornal inglês The Guardian, 6,5 mil imigrantes morreram em construções do país do Oriente Médio.
No início de março, os clubes fizeram uma primeira votação sobre o assunto. No entanto, apesar dos 202 votos favoráveis ao boicote, o veto do Rosenborg, um dos principais clubes do país nórdico, impediu que o projeto avançasse e fosse posto em prática. Nesta nova reunião, porém, 146 votos já serão suficientes para sua aplicação.
Terje Svendsen, presidente da Associação Norueguesa, duvida dos resultados práticos da decisão. Há um receio sobre retaliações futuras por parte da Fifa e da Uefa, impedindo que a Noruega possa disputar competições e buscar vaga na Copa de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.
As Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo do Catar começam no próximo dia 24 de março. Os primeiros compromissos da Noruega são diante de Gibraltar (fora de casa), Turquia (em casa) e Montenegro (fora de casa). O Grupo G também é composto por Holanda e Letônia.
Os noruegueses não jogam uma competição relevante desde 2000, quando participaram da Eurocopa, disputada na Bélgica e na Holanda. O país nórdico também esteve em três Copas do Mundo: 1938, 1994 e 1998, quando enfrentou e venceu por 2 a 1 a seleção brasileira na primeira fase. O Brasil nunca venceu a Noruega, seja em amistosos ou competições oficiais. Ao todo, são quatro confrontos, com dois empates e duas vitórias.
A Noruega hoje conta com estrelas ascendentes do futebol, como Martin Odegaard, que pertence ao Real Madrid e está emprestado ao Arsenal, e Erling Haaland, do Borussia Dortmund, e alimentava a expectativa de voltar à Eurocopa em 2021, mas a seleção foi derrotada nos playoffs pela Sérvia.