• Polícia vai investigar caso de adolescente grávida que perdeu o bebê em casa pouco depois de ser liberada do HAC

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  • 25/09/2018 12:25

    A Polícia Civil vai investigar o caso de uma adolescente grávida de sete meses que perdeu o bebê após procurar duas vezes a emergência do Hospital Alcides Carneiro no fim da semana passada. Parentes da menina estiveram na terça-feira (25) na 105ª Delegacia de Polícia, no Retiro, para registrar o caso. O bebê, segundo a a família, caiu morto no vaso sanitário poucas horas depois de a adolescente ser liberada por uma médica que fez o segundo atendimento na unidade hospitalar.

    A adolescente, de 14 anos, vinha, de acordo com a família, fazendo o pré-natal na Unidade Básica de Saúde do Retiro. Na noite de quinta-feira, começou a sentir dores e foi levada ao hospital. “Chegamos no hospital por volta das 23h. Ao ser atendida, a médica fez o exame e viu que ela estava com um centímetro e meio de dilatação. Ficou internada em observação e foi liberada na sexta-feira de manhã. A médica receitou três remédios e disse que se ela voltasse a passar mal era para a levarmos novamente para lá”, contou a mãe da adolescente, a doméstica Valéria Cristina dos Santos. 

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    Segundo a mãe, por volta das 22h de sexta-feira a jovem voltou a sentir dores, agora mais fortes. Apesar de estar tomando a medicação prescrita, também começou a perder líquido e sangue, segundo a família. “Voltamos para o hospital e o atendimento demorou um pouco pois tinha muita gente. A segunda médica que a atendeu fez novos exames de toque e disse que ela não estava perdendo líquido. Disse que tinha apenas uma inflamação”, contou Valéria. Segundo ela, a médica chegou a auscultar o coração do bebê. “Depois do exame, ela disse que minha filha deveria continuar tomando a medicação prescrita pela médica no dia anterior e mandou que ela voltasse para casa. Disse ainda que, mesmo que quisesse, não tinha como mantê-la internada porque não havia vaga”, relatou Valéria.

    Na manhã de sábado, ao ir ao banheiro, o bebê caiu no vaso sanitário, aparentemente sem vida. “Ouvi ela me gritando e, quando olhei, o bebê estava dentro do vaso. Ligamos para o Samu e rapidamente eles vieram. Levaram minha filha e a criança para o Alcides Carneiro, mas o menino já estava morto”, lembrou.

    A adolescente continua internada no Hospital Alcides Carneiro. Segundo sua mãe, a jovem já passou por procedimentos para curetagem. Acompanhada de um advogado e do marido, Márcio Moreira, a mãe da gestante ainda teve dificuldades para liberar o corpo do bebê para o sepultamento. “Não preencheram corretamente o laudo de morte no hospital e o cartório exigiu os dados", explicou. O advogado da família informou que fará um pedido de avaliação técnica (perícia) na mãe e no bebê, para atestar a causa da morte.

    Em nota a Prefeitura confirmou que a paciente passou por exames nos dois dias em que procurou o HAC, sendo medicada e liberada após ter permanecido em observação. Ainda segundo a nota, no sábado, ela retornou à unidade socorrida pelo SAMU, após sofrer aborto em sua residência. No texto, a Prefeitura informa que a adolescente não fez o pré-natal (informação negada pela família). Segundo a nota, o caso está sendo apurado com rigor pela direção técnica da unidade.

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