• Polícia prende praça do exército e suspeito de assassinato de punk em ação contra neonazistas

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  • 21/out 22:08
    Por epita Ortega / Estadão

    O Ministério Público de Santa Catarina abriu na manhã desta segunda-feira, 21, a Operação Overlord contra um grupo investigado por suposta promoção de discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e planejamento de atos violentos em diferentes regiões do país. Os integrantes do grupo se identificam como skinheads neonazistas, usando como símbolo um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, com um fuzil AK-47 ao centro.

    Segundo a Promotoria, os investigados tinham uma banda que se apresentava em eventos neonazistas, com a exibição de bandeiras com suásticas e discursos de ódio que “atraíam um número crescente de seguidores”. Alguns dos eventos chegaram a reunir mais de 30 pessoas, indicou o órgão.

    Entre os alvos principais da operação está um homem suspeito de envolvimento no assassinato de um jovem do movimento punk em 2011. O crime teria sido praticado em razão da ideologia do investigado. Segundo a Promotoria, isso ‘evidencia o alto grau de violência fomentado pelos investigados’ Ele foi preso.

    Também foi alvo de mandado de prisão um praça do Exército investigado por supostamente ‘participar ativamente de encontros neonazistas’.

    O Ministério Público destaca que o conhecimento avançado do militar em táticas de combate e armas de fogo ‘aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo’.

    Agentes foram às ruas para prender quatro investigados e vasculhar oito endereços em cinco Estados – Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Sergipe e Rio Grande do Sul. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara da Comarca de Urussanga.

    A Operação conta com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos EUA.

    Os promotores informaram que os investigados se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro – um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana – com a imagem de um fuzil AK-47 ao centro.

    “Esse símbolo representa, na visão dos investigados, tanto a supremacia branca quanto a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica”, diz a Promotoria.

    O grupo fazia uma cerimônia de ‘batismo’ para novos membros, dizem os investigadores. O ritual teria como objetivo ‘fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia extremista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do grupo’.

    O nome da operação, Overlord, faz referência ao codinome da ofensiva aliada na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial, considerado um marco decisivo na batalha contra o nazismo, em 1944. Aquela ação entrou para a História como o Dia D.

    “Assim como essa histórica operação foi um esforço coordenado para libertar nações oprimidas, a Operação Overlord simboliza a determinação do MP e das forças policiais em combater e desmantelar grupos neonazistas e antissemitas, reafirmando o compromisso com a justiça e a proteção dos valores democráticos em nossa sociedade”, indicou a Promotoria.

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