A Polícia Civil prendeu, nesse domingo (8), em Hortolândia, cidade do interior de São Paulo, um suspeito de participação no assalto a uma transportadora de valores em Guarapuava, no Paraná. O ataque, que também confrontou um batalhão da Polícia Militar, ocorreu no dia 17 de abril. O grupo pode ter ligação com outros grandes assaltos cometidos no último ano.
O suspeito de 39 anos foi levado para a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na zona norte da capital paulista. Ele prestou depoimento e deve ser apresentado em audiência de custódia, onde a continuidade da sua prisão vai ser definida pela Justiça.
A polícia acredita haver ligação entre o grupo que tentou assaltar a transportadora em Guarapuava com outros que realizaram ações parecidas em Criciúma (SC) e Araçatuba (SP). A ação no Paraná, que durou cerca de cinco horas, resultou na morte do cabo Ricieri Chagas, baleado na cabeça.
De acordo com o Deic, o detido era procurado por roubo. Ele apresentava sinais recentes de implantes de pinos no rosto, braço imobilizado e escoriações pelo corpo. “Informalmente admitiu ter se ferido devido ao capotamento do veículo onde estava. O acidente aconteceu durante fuga após ataque a uma base de transporte de valores em Guarapuava”, informou a polícia.
A prisão foi realizada por policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos). “A equipe apurava as atividades do procurado, criminoso especializado em roubos a bancos e empresas de transporte de valores, e passou a fazer diligências a locais aos quais frequentaria. Ele acabou localizado na Rua Padre Manoel Bernardes, no Jardim Amanda. Não houve reação durante a abordagem.”
Assalto aterrorizou cidade
A ação da quadrilha começou por volta de 23h do dia 17 de abril passado e terminou no início da madrugada. A cidade paranaense, de 183 mil habitantes, foi acordada por tiros e rajadas de fuzil. Nas redes sociais, moradores relataram uma “noite de terror” com barulho de tiros, incêndio em veículos e reféns.
Os criminosos invadiram a região central em ao menos sete carros blindados e se dividiram. Enquanto um grupo atacava a Proforte, empresa de transporte de valores, outro atirava contra o batalhão. Dois veículos foram incendiados em frente à unidade para dificultar a saída dos policiais. Outros dois veículos foram queimados na Rodovia BR-277, que dá acesso à cidade, segundo o Corpo de Bombeiros.
Moradores que estavam nas ruas foram tomados como reféns. Um grupo de cidadãos foi obrigado a formar um cordão humano para coibir a ação da polícia. Além dos dois policiais feridos, um morador foi atingido por um tiro no braço. Ele foi atendido em uma unidade de saúde municipal. Moradores relataram que os bandidos atiraram contra postes e transformadores de energia para deixar a cidade às escuras.