• Polícia investigará se festas do premiê britânico violaram a lei

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  • 26/01/2022 08:02
    Por Redação, O Estado de S.Paulo / Estadão

    O escândalo que ameaça derrubar o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se aprofundou nesta terça, 25, com a abertura, pela Polícia Metropolitana de Londres, de uma investigação criminal sobre as festas realizadas em Downing Street, a residência oficial do premiê e sede do governo, onde os participantes podem ter violado as leis anticovid.

    O premiê prometeu cooperar plenamente com a investigação. As alegações de que festas tinham sido realizas em Downing Street, durante o período em que os britânicos tiveram de se isolar em casa, surgiram em dezembro e aumentaram desde então.

    Do lockdown anunciado por Johnson, no dia 23 de março de 2020, até abril do ano passado, houve pelo menos 14 festas em Downing Street, entre elas uma pelo aniversário do premiê e outra na véspera do funeral do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II.

    Segundo a chefe da Polícia Metropolitana, Cressida Dick, as investigações serão realizadas a pedido de membros do Parlamento. A polícia londrina foi muito criticada por não investigar as infrações das regras anticovid e acusada de fechar os olhos para as evidências de várias festas em Downing Street, apesar da presença permanente de agentes na entrada.

    O premiê é acusado de ter participado de alguns dos eventos e de ter mentido a respeito da existência das festas, além de ter quebrado as próprias regras anticovid. Cressida disse que, nos últimos dias, o gabinete forneceu à Polícia Metropolitana dados sobre o inquérito conduzido por Sue Gray, uma funcionária do alto escalão do governo.

    Relatório

    As conclusões de Gray devem ser divulgadas até o fim desta semana, já que a Polícia Metropolitana disse que elas não devem interferir em suas investigações, que podem levar semanas para serem concluídas. Muitos parlamentares estão aguardando os resultados do inquérito de Gray para decidir se enviarão cartas pedindo uma moção de desconfiança contra Johnson.

    O premiê e sua equipe podem ser alvo de sanções se as investigações concluírem que as restrições adotadas para conter a pandemia foram violadas. Cressida disse que alguns dos envolvidos podem ser alvo de ações disciplinares ou multas. O gabinete do primeiro-ministro confirmou que os eventos ocorreram, mas negou que eles violassem os regulamentos anticovid.

    Censura

    São necessárias 54 cartas de parlamentares do Partido Conservador para a abertura de um voto de desconfiança contra o premiê. Se 180 ou mais parlamentares votarem contra Johnson em uma votação secreta, ele será forçado a renunciar.

    Até agora, apenas oito deputados conservadores pediram publicamente a saída de Johnson. Um deles é Christian Wakeford, que deixou o partido e se juntou à oposição trabalhista. Outro parlamentar rebelde, William Wragg, disse na semana passada que vários de seus colegas foram intimidados ou chantageados por funcionários do partido ou ministros para não enviarem cartas pedindo a moção contra Johnson. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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