Polícia Federal cumpre quatro mandados de busca e apreensão em Petrópolis na 71ª fase da Operação Lava Jato
Agentes da Polícia Federal (PF) estão em Petrópolis na manhã desta quinta-feira (18) para o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e dois ofícios judiciais para obtenção de dados telemáticos. A ação faz parte da 71ª fase da Operação Lava Jato e recebeu o nome de Operação Sem Limites II. Os endereços e os alvos citados na investigação ainda não foram divulgados pela assessoria da PF.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) a operação tem como objetivo apurar o envolvimento de operador financeiro ligado a ex-Ministro de Minas e Energia em esquemas de corrupção na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio externo de asfalto e de produtos escuros (como fuel oil, bunker e determinados tipos de refinery feedstocks).
Além do operador financeiro ligado ao ex-ministro, também são alvos desta operação o seu irmão, que o auxiliava no recebimento das vantagens indevidas, e quatro doleiros. Eles seriam os responsáveis pela internalização de ao menos US$ 1.9 milhão em recursos ilícitos no Brasil por meio de operações financeiras ocorridas entre outubro de 2011 e agosto de 2016, sendo dois deles utilizados pelo citado operador financeiro e outros dois utilizados por um ex-trader de produtos escuros da Petrobras à época lotado no escritório de Houston, no Texas, o qual hoje colabora com as investigações.
Além de Petrópolis, há cumprimento de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (sete no total) e Cabo Frio (um). Também foram expedidas ordens para bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento – cerca de 17 milhões de reais. As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal em Curitiba (PR).
Após análise de materiais apreendidos na 57ª Fase, Operação Sem Limites – deflagrada em dezembro de 2018, e do resultado de pedidos de cooperação jurídica internacional formulados pela Polícia Federal, foram identificados os novos nomes que auxiliavam e integravam a organização criminosa estruturada no sentido de lesar a Petrobras.
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As investigações identificaram vários doleiros que atuavam até 2018 no mercado paralelo de câmbio e auxiliavam na remessa de valores de propina que eram pagos pelos intermediários no exterior para agentes públicos corruptos no Brasil. A PF conseguiu identificar titulares de contas no exterior em nome de empresas offshores, e por meio delas, profissionais do mercado paralelo de câmbio realizavam transferências bancárias internacionais para a realização de “dólar-cabo”.
A suspeita é de que parte dos valores de propina era usado como pagamento de intermediários políticos para a manutenção de certos empregados públicos em funções gerenciais estratégicas da Petrobras, como a de Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, onde se realizavam as operações de trading. Entre outros crimes, os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.