
Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Petrópolis contra golpes envolvendo criptoativos
*Matéria atualizada às 12h27 para inclusão do balanço parcial das apreensões realizadas
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Fantasos, com o objetivo de combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptoativos. A ação está relacionada ao caso envolvendo o petropolitano Douver Torres Braga, de 48 anos, preso em fevereiro na Suíça pela Interpol, acusado de golpe de Bitcoin, e extraditado para os Estados Unidos.
Na ação, cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão domiciliar em Petrópolis e Angra dos Reis. Além das ordens judiciais em questão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 1,6 bilhão.





Veículos de luxo apreendidos em duas residências em Petrópolis. Fotos: Divulgação/Polícia Federal
Segundo o balanço parcial divulgado pela Polícia Federal, até o momento, foram apreendidas embarcações, veículos de luxo, relógios, joias, criptomoedas, computadores, celulares, documentos e dinheiro em espécie, encontrado na residência de um dos alvos da operação, em Petrópolis.






Veículos de luxo apreendidos em duas residências em Petrópolis. Fotos: Divulgação/Polícia Federal
Douver Torres Braga, principal investigado, foi apontado como articulador de um esquema fraudulento internacional do tipo Ponzi, por meio de uma empresa que arrecadou mais de US$ 295 milhões (equivalente a R$ 1,7 bilhão) entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo.

Foto: Divulgação

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As investigações contaram com o apoio das agências estadunidenses FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation). A ação desta quarta, segundo a Polícia Federal, visa a coleta de provas para reforçar a investigação, a identificação de outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperação de bens e ativos adquiridos com o proveito dos crimes.
Relembre o caso
Em fevereiro deste ano, Douver, acusado de golpe de Bitcoin, foi preso e extraditado da Suíça para os Estados Unidos. De acordo com a publicação, na época divulgada pelo Jornal O Globo, o petropolitano enfrenta 13 processos nos Estados Unidos por fraude eletrônica e conspiração, ligados a um suposto esquema criminoso de investimentos em Bitcoins, conforme informou o Departamento de Justiça (DoJ) americano.
Venda de equipamentos de som para carros
Douver iniciou a carreira vendendo equipamentos de som para carros em Petrópolis, sua cidade natal. Já em 2016, quando já morava nos Estados Unidos, ele fundou o Trade Coin Club (TCC), empreendimento que prometia altos lucros a investidores a partir de transações em criptomoedas.
Segundo o Jornal O Globo, ele anunciava em conferências ao redor do mundo, que sua empresa teria criado um robô que fazia “milhões de microtransações” com Bitcoins, a cada segundo. Isso teria atraído mais de 100 mil investidores que aportaram no negócio 82 mil Bitcoins, avaliados em US$ 295 milhões, o equivalente a R$ 1,7 bilhão.
Para a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC, na sigla em inglês) que investigou o caso e moveu uma ação civil contra Douver no Tribunal do Distrito Oeste de Washington, em novembro de 2022, o empreendimento era um “esquema fraudulento internacional”. A Comissão acusa o petropolitano de ter enganado os investidores e ter ficado com boa parte do dinheiro.
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