Polícia apura mortes de petista e bolsonarista em brigas no CE e SC
Duas pessoas foram mortas no final de semana após brigas em mais dois casos de violência em razão da acirrada divisão política do País. Em Cascavel, no Ceará, um homem que se dizia eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi morto a facadas. Em Rio do Sul, em Santa Catarina, um apoiador do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), também foi esfaqueado e morto.
Ontem, a Polícia Civil do Ceará prendeu preventivamente Edmilson Freire da Silva, de 59 anos. “Com base nas informações colhidas no local do crime, a motivação do crime estaria relacionada a discussão política. No dia, a vítima chegou a ser socorrida, mas morreu durante atendimento médico”, disse a Polícia Civil, em nota.
A corporação informou que o suspeito tinha passagem pela polícia por lesão corporal dolosa em caso de violência doméstica. Ele já foi ouvido e deve ser transferido para o sistema prisional. O crime aconteceu no sábado em um bar de Cascavel. Testemunhas relataram que uma discussão teve início depois que a vítima, o caseiro Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, se dizia apoiador de Lula.
Também no sábado, em Rio do Sul (SC), Hildor Henker foi esfaqueado após discussão em um bar. Segundo a polícia, após o agressor dar um tapa no rosto de Henker, eles entraram em confronto do lado de fora do estabelecimento, onde a vítima recebeu uma facada na perna, atingindo sua artéria femoral. Ele morreu no domingo, após passar por cirurgia.
O delegado responsável pelo caso, Juliano Tumitan, afirmou que nenhuma motivação está descartada. “A gente está apurando todas as hipóteses. Desde a motivação política, até uma situação de briga por conta de uma discussão familiar”, disse o delegado ao Estadão. “A vítima realmente era partidária do Bolsonaro e o autor era simpático ao PT.”
Justiça
No mês passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais a criarem juízos criminais específicos para julgar crimes de violência político-partidária. A medida foi justificada pela “escalada da intolerância ideológica e de atos violentos com motivação político-partidária”.