Poetas petropolitanos, uma saudade
Parabéns à Academia Petropolitana de Letras, presidida pela acadêmica Christiane Michelin por promover a noite de autógrafos da recente obra do professor Paulo Cesar dos Santos, “Poetas Petropolitanos, uma Saudade.” Sucesso! Coordenar mais esta realização cultural, para mim, foi uma alegria e os encômios se estendem à acadêmica Andréa Lopes, a Fátima Cruz e equipe que contribuíram para o brilho do evento. Deus concede a suas criaturas vários talentos. Pena que nem sempre nos apercebemos. Um deles constitui privilégio para alguns, transcrevermos os nossos sonhos e quimeras para a folha de um papel ou às telas dos computadores como nos impõe os avanços tecnológicos. O fio condutor da literatura é que ela nos seja agradável qual o pão e a água que alimentam o corpo. Essa mágica é dom de poucos entre os bilhões que povoam o universo. Salvem os escritores e os poetas. Eles estão espalhados nas praças, escolas, filas de ônibus palácios e periferias. A erudição, seletividade, cultura, imaginação, o cuidado, desde a fase embrionária, permeiam, do coloquial ao linguístico, a retórica e a semântica. Exercem forte influência e encurtam o caminho, evitando curvas sinuosas das palavras gastas e das redundâncias desnecessárias. A poesia está nas flores, na dor da saudade, na água cristalina que corre no regato, no pôr do sol, na constelação ou no sorriso da criança a espelhar o azul do lago… Ela refina a alma, burila o espírito e renova a esperança. É catarse e energia. Estimula o viver e o conviver. É o refrigério da alma. Partindo dessa premissa e buscando supedâneo à exegese e na hermenêutica admiremos uma tela de Picasso, Renoir, Van Gogh, Rafael, dentre outros. Ao acaso, eles não foram obedientes à escola clássica antes de libertarem seus traços ao modernismo e figuras aparentemente distorcidas? Assim é a literatura. O dom e o talento carecem de ser enriquecidos: ritmo, sonoridade, forma, cadência e de métrica quando for a hipótese. Um completa o outro. O objetivo só será alcançado se a mensagem merecer acústica e for compreendida. Diversos poetas trazidos a lume não tiveram suas obras publicadas em livros, mas foram imortalizados através da imprensa. E o que isso importa? Seu valor não sofre declínio. Sob a batuta e estro do garimpeiro, apóstolo das letras, professor Paulo Cesar dos Santos vem a lume “Poetas Petropolitanos, uma saudade”, onde reúne mais de uma centena de personalidades da constelação literária. A obra é de inestimável valor, porque resgata inolvidáveis poetas reunidos em uma antologia. O incansável mestre escritor deixa para a posteridade mais um legado construído com esmero, tendo primado por rigorosa fidelidade à seleção, cada qual à íntegra de suas produções fiéis ao estilo e época em que foram concebidas. Apresenta-se, nas páginas a seguir, um enredo belo, rico e harmonioso a nos embalar através de seus acordes, misto de terra e céu. Reaviva a memória, preserva a história e rende um culto aos luminares da poesia que já se libertaram dos grilhões terrenos. Obrigado, Paulo Cesar dos Santos, por nos presentear com este florilégio na certeza de que preencheu uma importante lacuna até então in albis nos anais da imortalidade petropolitana. Inexistia uma edição totalmente dedicada aos poetas que já se transpuseram aos cânones celestiais. “Poetas Petropolitanos, uma Saudade” vem se juntar à sua aplaudida e conhecida bibliografia que o conduziu ao podium e escrínio dos maiores e melhores de nossos dias.