• Poema inédito de Mario Quintana é descoberto em Porto Alegre

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  • 21/01/2022 13:29
    Por Redação / Estadão

    Um livreiro de Porto Alegre fez uma inesperada e bem-vinda descoberta. Ao folhear um livro do poeta Mario Quintana (1906-1994), adquirido de uma coleção particular composta por mais de 5 mil volumes, George Augusto descobriu um manuscrito com um poema inédito, “Canção do Primeiro Ano”. A notícia foi divulgada pelo jornal Zero Hora.

    Amarelado, o manuscrito traz a assinatura do poeta e a data de 1º de janeiro de 1941. A grafia da letra pareceu ser autêntica, depois de comparada a outros registros comprovadamente escritos pelo poeta.

    O livro e o manuscrito foram comprados pela Associação Amigos da Biblioteca Pública Estadual do Rio Grande do Sul, que vai incorporá-los em seu acervo. O poema também deverá ser exposto na Casa de Cultura Mario Quintana, local onde o poeta viveu, em Porto Alegre.

    Leia a transcrição do poema encontrado no manuscrito:

    CANÇÃO DO PRIMEIRO ANO

    Pelas estradas antigas

    As horas vêm a cantar.

    As horas são raparigas,

    Entram na praça a dançar.

    As horas são raparigas…

    E a doce algazarra sua

    De rua em rua se ouvia.

    De casa em casa, na rua,

    Uma janela se abria.

    As horas são raparigas

    Lindas de ouvir e de olhar.

    As horas cantam cantigas

    E eu vivo só de momentos,

    Sou como as nuvens do céu…

    Prendi a rosa dos ventos

    Na fita do meu chapéu.

    Uma por uma, as janelas

    Se abriram de par em par.

    As horas são raparigas…

    Passam na rua a dançar.

    As horas são raparigas

    Lindas de ouvir e de olhar.

    As horas cantam cantigas

    E eu vivo só de momentos,

    Sou como as nuvens do céu…

    Prendi a rosa dos ventos

    Na fita do meu chapéu.

    Uma por uma, as janelas

    Se abriram de par em par.

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