• Poder para servir

  • 11/01/2019 09:35

    No caminho para Jerusalém, Jesus ensinava seus discípulos. Em Marcos 9.31, falou da sua prisão e morte e ressurreição. Um assunto nada agradável. Tanto que o Evangelho de Marcos traz a observação: “Eles, contudo, não compreendiam isto e temiam interrogá-lo.” (9.32)

    O motivo pelo qual os discípulos não compreendiam esta questão era simples: eles haviam estado tanto tempo com Jesus, viram sua sabedoria, seu poder ao curar pessoas e ressuscitar mortos, seu poder para acalmar a tempestade, seu poder para multiplicar pães e peixes e alimentar as multidões. Um homem com tanto poder jamais poderia ser preso, morto. Ele iria derrubar o Império Romano e os líderes judeus corruptos aliados aos romanos! 

    Por isso, além de não compreenderem as palavras de Jesus e não perguntar a Ele o que isto significava, também não deram maior importância a estas palavras. Logo mudaram de assunto, discutindo entre si qual seria o maior entre eles (Marcos 9.34). Algo que é bem humano. Jesus iria reinar. Iria derrotar os romanos, seria rei em Israel. Iria precisar de pessoas ao seu lado no comando. E não iria ser preciso que 12 pessoas fizessem isso. Jesus iria escolher alguns entre eles. E, assim, nesta lógica, iam os discípulos discutindo no caminho quem iriam ser os merecedores da escolha, quem era o mais capaz. Alguns queriam ser os melhores, aspiravam à grandeza, privilégios e honrarias em relação aos demais. Um raciocínio prático e lógico, dentro da mentalidade humana.

    Os discípulos iam discutindo este assunto pensando que Jesus não escutava o que estavam dizendo. Mas não é possível esconder nada de Jesus. Ao perceber o que estavam discutindo, Jesus não usa meias palavras, mas diz de forma direta: “quem quiser se grande entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.” (Marcos 10.43,44) No texto de Marcos, a palavra que é traduzida para o português por “servo” é ????????doulos), ou seja, “ESCRAVO”. Escravo não tem privilégios, poder, regalias ou riqueza. 

    Ser servo (escravo) de todos é retomar o sentido de SERVIÇO e renunciar à busca pela grandeza, por privilégios, por regalias. Líderes cristãos servem. Servem sem competição, sem querer derrubar os outros, sem querer serem maiores do que os outros. Ao invés de ficar disputando o poder e privilégios, arregaçam as mangas e buscam fazer o melhor por aqueles que estão sob sua responsabilidade. 

    Mais tarde, em Jerusalém, na véspera de ser preso, Jesus lavou os pés dos discípulos (João 13). Este era um serviço de escravos, de mulheres escravas. E Jesus diz, após ter lavado os pés de todos: “Ora, se eu, sendo o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.” (João 13.14)

    Quanta diferença em relação aos que buscam cargos públicos ao longo da história: sempre os buscaram para privilégios, poder, riqueza. Muito pouco para ser servidor (escravo)  daqueles que estão sob sua responsabilidade.

    Nossa atitude como cristãos precisa ser diferente. Começando na nossa família. Na nossa Comunidade. E também na sociedade, no poder público. Sermos servos (escravos) para podermos ter uma vida e um mundo melhor, mais divino. 


    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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