• Pleito machucado

  • 02/10/2018 10:42

    Menos de uma semana para uma decisão sobre os destinos de nosso sofrido país. Como sempre, escolha dificílima diante do negativo quadro de postulantes, sob impressionante maioria de pilantras e políticos carreiristas e desclassificados, verdadeiros vendilhões da dignidade, sem qualquer prurido – mínimo que seja – de amor cívico, somente beneficiando suas carreiras e a de seus apaniguados cúmplices. Muitos, que deveriam estar atrás das grades, posam de moralistas e empreendedores, prometem tudo, mentem descaradamente e se atacam, se atracam, envergonham suas famílias, filhos, comunidades inteiras, na luta desavergonhada pelo votinho que lhes conferirá mandatos como emprego e nunca missão verdadeiramente política.

    Assim se apresenta o pleito mais difícil e infeliz de toda a nossa história, quando não conseguimos suportar os inscritos, como sentimos asco diante de muitos novos desprovidos de inteligência, que saem das obscuridades para a tentativa dos faróis da boa vida e trilha asfaltada no trânsito para as sinecuras.

    A campanha final está levando às ruas partidários do sim e do não, coisa esdrúxula quanto infeliz, onde a plebe rasga leis e preceitos, posturas e conquistas democráticas para exigir o não voto em repúdio a esse ou aquele candidato que encabeça o rol das suspeitas pesquisas. E, o pior – e mais lamentável – é a postura marqueteira dos candidatos na rabada numérica das intenções de votos, aproveitando-se dessa população conduzida por espertalhões – e muitos não se dão conta disto – que ingenuamente fortalece o jogo dos desesperados que sentem bem próximo o horror da perda dos privilégios e gordas mordomias.

    Grande decepção é ver nas telinhas televisivas um postulante que pensávamos ético e ficha limpa, sempre candidato ao mais elevado que conseguir, descer à baixaria do aproveitamento das concentrações populares para arregimentar eleitores. E, ainda, usar especulações e mentiras, que pululam nas redes sociais, para denegrir as imagens de seus oponentes.

    E os desalojados últimos, com seu guru entre quatro paredes de uma detenção sem grades, tentando o retorno, na maior cara de pau, prometendo tudo o que não realizaram ou desenvolveram nos seus 16 anos de mandatos, com alguns deles com tatuagens nas frontes das logomarcas da Petrobrás e das grandes empreiteiras nacionais que lesaram e deixaram correr uma corrupção de modelo bolivariano, como jamais ocorrera em todo o curso da sofrida história republicana do Brasil.

    E, como falta a razão e a verdade, conclui-se, com Hamlet, de Shakespeare, que “[…] algo existe de podre no reino […]”.

    Sim, existe, o nosso povo com elevadíssimo índice de parca escolaridade, de infeliz alfabetização ideológica, de vergonhoso desemprego, sob inflação selvagem e desumana, sem horizontes salutares, desprovido da capacidade de pensar minimamente coerente com a sociedade desnorteada que nos desune.

    E assim para diante, como massa inocente de manobra, a uns poucos dias de uma definição que poderá salvar como arrasar de vez nosso país, nessa confusa noção de democracia que vem sendo destruída inexoravelmente. 

    Por fim, apenas ouvir a candidata a vice da chapa quente do PT, onde a falta absoluta de coerência e mínimo conteúdo só se ombreiam à trágica ex-presidenta (aqui cabe o feminino para sabermos de quem se trata), a maior humorista do século XXI, consagrada em todo o planeta como oradora do vazio e da indigência cultural.

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