
Os petropolitanos receberam a notícia, nessa quinta-feira (14), que a passagem de ônibus vai aumentar para R$ 5,90. A informação chega quase dois meses após o anúncio do Plano de Contingência do Transporte pela Prefeitura. O pacote de ações prevê uma série de mudanças no sistema, que, ao final, podem levar ao barateamento da passagem.
Até agora, o Plano de Contingência pouco avançou e as informações seguem fragmentadas. O que se sabe é que a proposta será dividida em cinco fases. A primeira prevê o cancelamento de sete contratos emergenciais firmados após a saída da Petro Ita e da Cascatinha, substituindo-os por apenas três contratos com validade de um ano. Essa etapa, porém, ainda não foi executada.
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Nessa quinta-feira (14), em resposta à Tribuna, a superintendente do Setranspetro, Carla Rivetti, afirmou que as empresas aguardam a tramitação completa do plano.
Nas outras etapas do plano, a Prefeitura de Petrópolis também pretende assumir a bilhetagem eletrônica, a exemplo do que foi feito no município do Rio de Janeiro. Segundo o município, isso permitirá a criação de uma nova metodologia tarifária. Ainda estão previstas reorganizações nos lotes das linhas, redução do tempo e distância das viagens, melhorias na mobilidade urbana e nova concessão das estações e terminais de ônibus.
As licitações das linhas operadas por Cascatinha, Petro Ita e Cidade das Hortênsias — que, segundo o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), deveriam ocorrer ainda em 2025 — só devem acontecer após a conclusão do novo modelo. Outro ponto do plano é o empréstimo de R$ 150 milhões para a compra de veículos.
Enquanto aguardam mudanças, passageiros enfrentam problemas diários no transporte público de Petrópolis e uma frota reduzida em comparação ao período anterior à pandemia. Em fevereiro, uma decisão do juiz Jorge Luiz Martins Alves, titular da 4ª Vara Cível, determinou o retorno de 100% da frota aos níveis de 2019. No entanto, em maio, o juiz em exercício, Rubens Soares Sá Viana Júnior, também da 4ª Vara, aceitou os embargos de declaração das empresas e derrubou a decisão anterior. O caso agora será analisado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
A superintendente do Setranspetro reconheceu falhas no serviço e disse esperar que, com o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, “as empresas possam se reerguer” e investir mais na melhoria da operação. Para ela, não é viável usar a base de linhas de 2019 no cenário atual.
“Depois de quase seis anos de tempo transcorrido, existem linhas que estão com uma oferta até muito maior do que existia em 2019. E outras não. Isso é de acordo com a demanda. O sistema de transporte precisa ser analisado de acordo com a demanda dos passageiros. Ele é um sistema dinâmico. Então, ele não pode ficar engessado. Do contrário, jamais seria possível, por exemplo, aumentar a quantidade de ônibus ou de horários, porque a gente teria que manter um status basal”, afirmou.
A Prefeitura de Petrópolis não respondeu até a última atualização desta reportagem.
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