Pista lateral na BR, novas ligações e rotatórias: sociedade busca soluções para desafogar tráfego em Itaipava

A Tribuna vem noticiando o caos no trânsito por conta das obras de recuperação da Estrada União e Indústria, em Itaipava, que se somaram a intervenções da Águas do Imperador. Mas o trânsito no terceiro distrito tem problemas há muito tempo, e a sociedade civil organizada se movimenta para apresentar alternativas para melhorar a fluidez do tráfego.

Em 2019, a Prefeitura e entidades da sociedade civil organizada, como a NovAmosanta, apresentaram um documento ao Ministério da Infraestrutura propondo uma série de investimentos na mobilidade urbana de Itaipava. À época, havia a previsão de que o edital da nova concessão da BR-040 se iniciasse em 2020, mas o processo acabou sendo adiado por conta da pandemia do novo Coronavírus.

Entre as sugestões, foram apontadas diferentes possíveis soluções para o congestionamento na região. Um exemplo é a criação de vias marginais, paralelas à BR-040, entre os quilômetros 59 e 61. A medida poderia ajudar o tráfego local com o da rodovia, já que grande parte dos moradores da cidade já usa a estrada como alternativa para fugir do congestionamento. São as chamadas vias locais paralelas – solução já adotada na Baixada Fluminense.

Ainda de acordo com o documento, outra grande justificativa para a construção de vias paralelas, também é a de atender a comunidade de Manga Larga a ter acesso ao centro comercial de Itaipava sem ter obrigatoriedade de utilizar a BR-040 e seus retornos.

Marcelo Fiorini, presidente do Sicomércio, participou da elaboração do documento. Na época, ele era secretário de Desenvolvimento Econômico do município. Em entrevista à Tribuna, Marcelo disse acreditar que não há grandes alternativas em termos viários de duplicação da via principal de Itaipava, que vai do trevo de Bonsucesso ao shopping Estação, aproximadamente. Como não existe nenhum projeto de duplicação e nem construção de rotatórias neste trecho da Estrada União e Indústria, algumas alternativas foram sugeridas no documento.

“Uma das alternativas que talvez melhorasse muito e pode ser viabilizada por não ser uma situação muito complicada, é um acesso entre o Hortomercado e o Fórum de Itaipava, ligando por uma ponte até a rua Joaquim Agante Moço, que sairia no shopping Tarrafa’s”, disse Marcelo. A via é a que passa atrás do Parque Municipal de Itaipava, que já é utilizada por alguns motoristas, mas que precisa de melhorias para ser via alternativa.

Segundo Marcelo, há sugestões simples para facilitar o fluxo de carros em Itaipava. “São sugestões bem simples, como por exemplo uma rotatória ali em frente ao hotel Vale Real, que pode ser criada para quem vai para a Feirinha de Itaipava ou pra quem vai retornar, não precisar vir até o trevo principal de Bonsucesso, onde tem o maior problema”, disse.

Por mais que o documento tenha sido criado para ser anexado à nova concessão da BR-040, a troca de concessões acabou não acontecendo. Além da pandemia ter adiado o processo, a Concer permaneceu como concessionária da via após conseguir uma liminar na Justiça e adiar o encerramento do contrato, que acabaria em fevereiro deste ano.

De qualquer forma, Marcelo acredita que as soluções dependem, não só do governo federal, mas que o município pode tomar decisões sobre o problema. “O município pode tomar algumas decisões e atitudes em relação a isso e aos poucos ir resolvendo o problema. A realidade é a seguinte: a gente não tem pra onde escoar o trânsito. Então a gente tem que criar ao longo da estrada alternativas pra você poder sair”, disse o ex-secretário.