• Pintura de John Opie roubada pela máfia é recuperada após 54 anos; entenda o caso

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  • 31/jan 18:15
    Por Damy Coelho / Estadão

    Uma história que envolve máfia, política e arte barroca. Poderia ser um enredo de série, mas foi o desfecho de um crime ocorrido há 54 anos. Uma pintura de John Opie, pintor britânico do século 18, foi recuperada pelo FBI de Salt Lake City após ter sido roubada em 1969. A investigação, iniciada em 2021, concluiu que mafiosos e até um político estiveram por trás do crime. No dia 11 de janeiro, o verdadeiro dono da obra de arte recuperou sua pintura.

    O quadro foi adquirido pela família de Earl Wood por $7,5 mil dólares durante a Grande Depressão, nos anos 1930, e fazia parte da rotina da casa. As crianças ficavam encantadas com a obra exibida na mesa de jantar, como confessam – hoje, já adultas – em entrevista ao canal KSL News.

    Até o dia em que foi roubada. Segundo a família, o quadro foi único item da casa que os ladrões levaram.

    Anatomia de um crime

    De acordo com a investigação, em julho de 1969, três homens que tinham ligação com a máfia de Nova Jersey – Gerald Festa, Gerald Donnerstag e Austin Costiglione – tentaram roubar uma coleção de moedas da residência do pai de Wood, mas desistiram após ouvirem o alarme disparar. Pouco depois, porém, voltaram à casa e levaram a obra em questão. Tudo indica que o grupo tinha ligação com o senador de Nova Jersey, Anthony Imperiale. O zelador havia dito ao político que a pintura era “inestimável”, o que chamou a atenção dos criminosos.

    Durante um julgamento, Festa confessou que, antes do roubo, eles visitaram o Senador, que teria dito ao grupo onde exatamente estava a pintura. Ele ainda disse que quadro estaria sob a posse do ex-senador. O político não chegou a ser investigado por falta de provas.

    Ao longo dos anos, a pintura teria passado por outros mafiosos, tendo viajado os Estados Unidos. Foi quando o último deles, Joseph Covello Sr, vendeu uma casa incluindo a obra de Opie para um morador de Utah, em 1989, que permaneceu com o quadro até sua morte, em 2020. O comprador não sabia que se tratava de um quadro roubado ou de sua importância histórica.

    Com a morte do comprador, a empresa contratada para cuidar de seus bens pessoais se deparou com o quadro e desconfiou que pudesse ser um original roubado. Foi quando decidiram acionar o FBI.

    Com a morte do comprador, a empresa contratada para cuidar de seus bens pessoais se deparou com o quadro e desconfiou que pudesse ser um original roubado. Foi quando decidiram acionar o FBI.

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