• ‘Pílula do Câncer’: medicamento não é eficaz, alerta Anvisa

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 24/jul 09:17
    Por Por Redação / Estadão

    A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira, 23, que a substância fosfoetanolamina, conhecida como Pílula do Câncer, não tem eficácia para o tratamento da doença e não possui registro ou autorização para ser usada como medicação. A entidade explica que ainda faltam pesquisas clínicas para sustentar a tese de que o produto tem capacidade para tratar e curar pacientes diagnosticados com câncer, e que consumir produtos não registrados “é extremamente arriscado”.

    “Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação”, alertou a agência. “É crucial que os pacientes não abandonem tratamentos médicos estabelecidos para utilizar terapias não autorizadas e de eficácia desconhecida, como é o caso da fosfoetanolamina”, completou a entidade.

    Há cerca de 10 anos, a fosfoetanolamina era tratada por muitas pessoas e autoridades públicas como uma opção eficaz para o tratamento e cura do câncer. Na época, ao mesmo tempo que deputados e senadores avançavam com projetos no Congresso que autorizavam o uso da medicação em pacientes com tumores malignos, a Anvisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) – ligado ao Ministério da Saúde -, e especialistas alertavam para a necessidade de mais estudos sobre o tema.

    A polêmica também estava instaurada na internet, espaço onde a eficácia da Pílula do Câncer também passou a ser amplamente difundida e aceita pelos usuários nas redes sociais. Na nota publicada nesta terça, a Anvisa alertou para o perigo da divulgação de informações falsas nas plataformas digitais.

    “Propagandas nas redes sociais que sugerem que a fosfoetanolamina combate o câncer ou qualquer outra doença, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, são irregulares e enganosas”, afirmou. Conforme a agência, para que a fosfoetanolamina possa ser comercializada no Brasil, é necessário que seus produtores apresentem o pedido de registro com testes de qualidade, segurança e eficácia para análise.

    “A ciência médica é fundamentada em dados e evidências rigorosas, e os critérios para a aprovação de novos tratamentos são estabelecidos para proteger a saúde dos pacientes”, reforçou a agência.

    Substância também não deve ser usada para suplementação alimentar

    Conforme a Anvisa, a fosfoetanolamina também não tem aprovação para ser usada como suplemento alimentar, e que os produtos comercializados que levam a substância na sua fórmula não podem ser vendidos sob o rótulo de serem terapêuticos ou medicinais. “Esta medida visa evitar que os consumidores sejam enganados por produtos que prometem curas sem provas científicas”, informou a Agência de Vigilância Sanitária, em nota.

    Últimas