PF faz operação na casa de engenheiro na cidade e apreende carros de luxo

A Polícia Federal realizou ontem a 23ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Acarajé, e cumpriu em Petrópolis dois mandados de busca e apreensão. No estado, foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra o engenheiro Zwi Stornicki, representante do estaleiro Kappel Fels, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras e que é proprietário de uma residência em Itaipava. Dele, a PF apreendeu uma lancha e carros antigos, que faziam parte de uma coleção. No fim da tarde de ontem, a PF de Curitiba divulgou um balanço da operação em três estados: Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. No Rio, informou que foram realizados, ao todo, 14 mandados de busca e apreensão, sendo 10 no Rio de Janeiro, dois em Mangaratiba e dois em Petrópolis. 

Stornicki é suspeito de ter transferido, pelo menos, US$ 4,5 milhões em 9 transações entre 2013 e 2014 para a conta dos publicitários João Santana e sua esposa Monica Moura. O que motivou a 23ª fase da Lava Jato foi justamente uma carta escrita à mão por Monica, endereçada ao engenheiro Zwi. Na carta ela diz:  “Mando cópia do contrato que firmei com outra empresa como modelo. Acho que o nosso pode ser simplificado, este é muito burocrático, mas vocês que sabem. Apaguei, por motivos óbvios, o nome da empresa. Não tenho a cópia eletrônica, por segurança. Espero notícias. Segue também os dados de minha conta com duas opções de caminhos. Euro ou dólar. Vocês escolhem o melhor. Grata. Abs. Mônica Santana”. 

A equipe da Tribuna encontrou nas redes sociais fotos de viagens do engenheiro a Londres, por exemplo. Além disso, identificou uma foto de um jardim em Itaipava no perfil de um dos filhos de Zwi. O material divulgado pela PF mostra uma casa, onde ficavam guardados os carros antigos do engenheiro. Ainda não há informações sobre a localização dessa residência. Entre os modelos dos automóveis que aparecem no vídeo é possível identificar um Alfa Romeo Spider vermelho, uma Mercedez-Benz 280 SL Pagoda verde-escuro e um Chevrolet Corvette conversível na cor prata (1966). 

Além disso, foram realizadas no Rio duas conduções coercitivas. Entre o material apreendido no estado, a PF divulgou: documentos, veículos de luxo e de colecionador e uma lancha. Até o fechamento da edição, a PF não informou detalhadamente o que foi apreendido especificamente em Petrópolis, mas a suspeita é de que a casa do engenheiro tenha sido o principal alvo. 

Ao todo, 300 homens participaram da operação Acarajé em todo o país. De acordo com informações da PF, o objetivo foi de cumprir medidas cautelares relacionadas a três grupos: um empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina; e um grupo recebedor, cuja participação inclui o recebimento de valores já identificados no exterior que ultrapassam os US$ 7 milhões. 

Na Bahia, foram realizados 7 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão, uma condução coercitiva e apreensão de documentos. Já em São Paulo foram 16 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e também apreensão de documentos e mais de R$ 300 mil em moeda nacional e estrangeira. A PF divulgou que um mandado de prisão preventiva e quatro de prisão temporária não foram cumpridos em razão dos investigados não terem sido localizados. Dois deles, o publicitário João Santana e sua esposa Mônica Moura, que estavam na República Dominicana.