Petropolitano cria bicicleta elétrica portátil
O excessivo trânsito de veículos automotores tem trazido sérias consequências para a sociedade. No Brasil, em particular, esse fenômeno começa a ser observado não apenas nas capitais, mas em cidades cujo crescimento do uso de carros causa muitas dores de cabeça para a população e aos motoristas. Mas um empreendedor petropolitano lançou, no mercado, uma solução inovadora que promete melhorar as condições do tráfego nos centros urbanos.
Leia também: Atleta da UCP participa do Iron Biker Brasil 2018
Mountain bike petropolitano faz história no fim de semana
Jarbas Braga Neto, um ex-piloto de kart e empreendedor, usou de sua experiência em trabalhar na capital fluminense para criar uma bike elétrica diferente daquela lançada na Europa. Ele conta que em meados de 1997 tinha uma empresa de telecomunicação no Rio de Janeiro, onde se via obrigado a transitar entre diferentes pontos da região para reuniões e discussão sobre negócios. O calor o fazia transpirar muito e as dificuldades de locomoção, por conta do crônico trânsito congestionado, o fazia refletir sobre como poderia resolver essa equação.
Aquela ideia era fixa na cabeça. Queria, de qualquer forma, descobrir como era possível driblar as dificuldades no trânsito com uma solução inovadora, capaz de conquistar o público e, ao mesmo tempo, melhorar a questão da mobilidade urbana. Para achar isso, um sério problema profissional o obrigou a viajar pela Ásia. Em meio à crise financeira, em meados de 2013, conheceu soluções em Taiwan e na China. Foi, então, que no ano seguinte à venda de sua empresa, viajou para Xangai, onde interagiu com empresários ligados à bicicleta que construiu a e-bike Skape mini, uma bicicleta que tem 71/35/65 centímetros que, quando dobrada, fica tão compacta que cabe dentro de um porta mala de veículos. E pesa 14 quilos. Não chegou a ser uma descoberta, mas seu modelo de bicicleta tem recebido elogios de várias partes do país onde Jarbas expôs seu produto.
“A Skape é uma marca que criei, após muitos estudos e viagens que realizei a vários países. Peguei a experiência bem-sucedida de cidades da Europa, onde o uso de bicicleta tem contribuído para a melhora do trânsito e da saúde do indivíduo. Eu acredito que a e-bike Skape pode se ajustar ao Brasil e seus benefícios são enormes”, explicou o empreendedor, que admite a dificuldade de acesso de boa parte da população ao equipamento em virtude do alto preço, já que a compra pelo site sai um pouco mais de R$ 4.500,00.
Leve e facilmente guiada, a e-bike Skape Mini tem assistência do motor elétrico em sua pedalada, tornando a experiência divertida, suave e eficiente. Ela não polui o meio ambiente e estimula uma atividade física. A bicicleta possui uma bateria de lítio, que em três horas recarrega em uma tomada simples e possui uma autonomia de uso que lhe permite pedalar pela cidade sem preocupações. Possui uma autonomia de 20 a 50 quilômetros, possui um display LCD que mostra carga de bateria, velocidade e distância percorrida.
Projeto apresentado no Dia Mundial sem Carros e estudos europeus
Recentemente, a e-bike Skape foi apresentada em um evento relacionado ao Dia Mundial sem Carro, realizado na Cervejaria Bohemia – o Petrópolis Bike Day. Palestrante, Jarbas Braga Neto expôs não apenas o seu produto, como também discutiu formas de melhorias do trânsito no âmbito da lei de Mobilidade Urbana. Também reforçou que é necessário existir uma forte campanha publicitária nos mesmos moldes daquela sobre a faixa de pedestre.
Parece que a defesa da e-bike, aqui no Brasil, encontra um paralelo no velho continente. Isto porque, um estudo científico realizado em uma instalação de testes da Fórmula 1, mostra que existem benefícios no uso das “magrelas modernas”, já um estudo encomendado pela empresa multinacional Shimano, que produz bicicletas e peças, esclarece a mensuração entre suor e desgaste físico.
De acordo com os estudos, foi medida a diferença na taxa de suor entre uma bicicleta elétrica e uma bicicleta normal. Além disso, foram investigados os diferentes níveis de esforços experimentados durante uma viagem de bicicleta em uma cidade da Europa. Sendo assim, seis pessoas pedalaram por 30 minutos em um simulador climático a 28 graus, uma vez em uma bike elétrica motorizada e a outra vez em uma comum. A frequência cardíaca, temperatura corpórea central, classificação do esforço percebido (PSE), potência e volume do suor, medidos pelo pré e pós-peso, foram registrados na pesquisa.
Ao elaborar os números, Jack Wilson, cientista da agência Sports Science, resumiu bem a pesquisa. “As principais descobertas deste estudo mostram que usando uma bicicleta eletrônica em vez de uma bicicleta comum, os ciclistas podem completar seu trajeto sem preocupações com o suor e a tensão fisiológica. É justo supor que os benefícios do exercício permanecem e que as e-bikes podem ser uma boa introdução para aqueles que acham que não estão suficientemente em forma para tentar ir de bicicleta para o trabalho”, explicou Wilson.
Sendo assim, aqueles que procuram manter sua rotina de trabalho, mas evitam os efeitos danosos de usar uma bicicleta e suar muito, as e-bikes são uma forma prática de deslocamento com menor exigência, assegurando benefícios físicos e mentais pelo exercício, contribuindo também para eliminar o estresse.