• Petrópolis tem aumento da frota de veículos em 60%

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  • 12/03/2017 07:00

    O número de veículos emplacados em Petrópolis cresceu 60% nos últimos dez anos, superando a capital do Estado que teve um aumento de 51%. São 61,2 mil veículos a mais nas ruas. Somente no último ano, a frota da Cidade Imperial cresceu em mais de 4 mil veículos. 

    Petrópolis tem hoje 162,6 mil veículos, segundo o Detran, para uma população estimada pelo IBGE em 310 mil habitantes. Os dados levam a uma proporção de carros por habitantes maior até do que no Rio de Janeiro, que tem 3 milhões de carros para 6,32 milhões de pessoas. 

    A comprovação dessas estatísticas pode ser observada nas ruas da cidade. A cada dia que passa, sair de casa de carro, moto ou até mesmo de ônibus, fica mais difícil. Os congestionamentos estão presentes em todos os distritos e afetam o dia a dia da população. 

    “Foi-se aquele tempo de que Petrópolis era calma, não tinha estresse de cidade grande. Hoje isso aqui é uma sucursal de Zona Sul com o trânsito do Centro do Rio, proporcionalmente a seu tamanho”, disse Jorge da Veiga, representante comercial. Jorge, que mora no Bingen e percorre toda a região serrana semanalmente, visitando clientes, aponta o trânsito de Petrópolis como o pior da região. “Petrópolis é a cidade que tem mais engarrafamento do interior do Rio. Nem Campos que é enorme tem tanto trânsito assim”, confirmou. 

    Quem mora longe do trabalho sofre ainda mais. O tempo de viagem entre a Posse e o Centro, por exemplo, pode passar de duas horas. Maria Caroline Azevedo, 20 anos, leva quase três horas de casa até a faculdade. Ela mora em Pedro do Rio e pega três ônibus até a faculdade. “Eu saio de casa quatro horas da tarde para chegar na faculdade 19h30. Meu ônibus passa 16h30 aqui em casa. Pego muito trânsito até lá. No Terminal de Itaipava pego um outro para a Rodoviária do Bingen. Até sair de Itaipava ele demora muito, mas ainda é melhor do que passar pelo Centro. Quando chego no Bingen, pego um 100 para a Estácio, e desço lá no Santa Teresa”, disse Caroline, que às vezes ainda chega atrasada na aula. “Tudo depende do trânsito lá no Bingen. Às vezes para tudo do Celma até o Santa Teresa”, completou. 

    A situação de Pedro Corrêa, estudante de direito, é semelhante. O problema é que ele mora em Corrêas, e já pega trânsito para sair de casa. “Sair nesse horário da tarde é um caos. A gente fica agarrado no engarrafamento e não sai do lugar. A cada período eu saio de casa mais cedo. Vai ter um dia que vou precisar ir no ônibus de meio dia pra chegar lá à noite”, brincou. 

    Para tentar diminuir os impactos causados pelo grande número de carros nas ruas, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) têm investido em sinalização viária e reforço na fiscalização de trânsito, com agentes em pontos estratégicos da cidade. No entanto, ainda é preciso tornar o serviço de transporte público mais eficiente para que a população troque o carro pelos coletivos. Enquanto isso não acontece é preciso ter paciência e recorrer às vias alternativas para fugir das aglomerações. 

    Descentralização dos serviços como solução

    Quase todo mundo que mora nos bairros de Petrópolis precisa vir ao Centro por mais de uma vez durante a semana para resolver algum tipo de problema. Plano de saúde, lojas de departamentos, comércios com preços mais em conta, órgãos do governo e até mesmo oportunidades de emprego. Os motivos para que uma grande quantidade de pessoas frequente o centro da cidade são muitos. Na maioria das vezes por falta de serviços em bairros e distritos, o cidadão precisa sair de sua região, mesmo que seja distante, para ir até o Centro resolver algo que poderia ser feito em outro lugar. 

    Uma luz no fim do túnel, para muita gente, seria descentralizar os serviços, aumentando a oferta de bancos e órgãos públicos nos distritos. “Se tivesse uma subprefeitura que de fato fosse eficiente, em Itaipava, por exemplo, a gente já estaria satisfeito. Não precisaria vir a Petrópolis resolver problemas de alvará, IPTU, fazenda, etc”, disse o despachante Luiz Palmares, que mora no terceiro distrito da cidade. 


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