• Petrópolis tem 960 crianças com sobrepeso na cidade; lei de combate à obesidade infantil foi sancionada no município

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  • 15/11/2023 13:39
    Por Maria Julia Souza

    Em outubro, foi sancionada em Petrópolis, a lei que institui a “Política de Combate à Obesidade Infantil”, com o objetivo de implementar ações eficazes para o combate ao problema. Segundo dados do Sistema de Vigilância de Alimentação e Nutrição (SISVAN) 2023, atualmente 960 crianças estão com o peso elevado no município, sendo a maior prevalência na faixa etária dos 5 aos 10 anos.

    O número é maior, em comparação aos anos anteriores. Em 2021, 796 crianças apresentavam sobrepeso no município, esse número aumentou ainda mais no ano passado, com 914 crianças acima do peso na cidade. Em ambos os anos, a prevalência também é maior entre os 5 e 10 anos de idade.

    “A obesidade infantil é resultado de fatores genéticos, comportamentais (ambientais), que atuam em vários contextos: na família, na escola, no ambiente social. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade”, disse o médico endocrinologista do Hospital Santa Teresa, Carlos Eduardo Souza Dyonisio.

    De acordo com dados de 2019, do Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças que são atendidas na Atenção Primária à Saúde (SAPS), a doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos, acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida.

    Nessa faixa etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8, sendo 7% já apresentando obesidade.

    “Algumas condições ocorridas na gestação podem influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso. O aleitamento materno de curta duração e a introdução de alimentos de forma inadequada, também podem influenciar no aumento do peso da criança”, explicou o médico.

    Ainda de acordo com o médico, crianças com obesidade correm maior risco de desenvolver doenças nas articulações e nos ossos, diabetes mellitus e doenças cardíacas.

    Prevenção

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade infantil está diretamente ligada à mudanças comportamentais que privilegiam o sedentarismo e a alimentação inadequada.

    “Para evitar esses riscos, é fundamental que a introdução de alimentos seja feita no período correto (a partir dos seis meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com alimentos balanceados. Caso não ocorra o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados”, explicou o endocrinologista.

    Diagnóstico e Tratamento

    As diretrizes da OMS para o tratamento da obesidade infantil incluem: Orientações e aconselhamentos à família, dieta (orientação nutricional); a análise dos hábitos alimentares (da criança e da família); e acompanhamento individual da criança (com medições de peso e altura).

    O endocrinologista reforça que o diagnóstico e tratamento devem ser realizados por médicos especializados. “No entanto, todos nós podemos promover uma mudança nos hábitos e rotinas em nossas casas, buscando melhor saúde e qualidade de vida para todos”, finalizou.

    Sobre a Lei Municipal

    A lei, sancionada no mês passado, prevê campanhas de conscientização que ofereçam informações básicas sobre alimentação adequada, por meio de materiais informativos e institucionais, e estímulo ao aleitamento materno, como forma de prevenir tanto a obesidade quanto a desnutrição, além de capacitação dos servidores públicos e direcionamento especial às comunidades que registrem baixos índices de desenvolvimento econômico e social.

    O município poderá celebrar ainda convênios e parcerias com a União, Estados e entidades da sociedade civil.

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